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Redação Jornal Biz
Proposta do governador Tarcísio pode prejudicar trabalhadores, estudantes e pequenos comerciantes; movimento popular intensifica pressão contra medida.
A proposta de implantação de um novo pedágio entre os municípios de Canitar e Chavantes, na região de Ourinhos, tem gerado forte resistência da população. O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT) foi o primeiro parlamentar paulista a se posicionar publicamente contra a medida, alertando para os graves impactos sociais e econômicos que ela pode causar. Em ofício enviado ao presidente da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (ARTESP), Suplicy classificou a proposta como “uma afronta ao direito de ir e vir” e apelou para que o governo reconsidere o projeto.

O parlamentar destacou que o pedágio será devastador para a economia local e para a população de baixa renda. “Trabalhadores, pequenos comerciantes e pais de família seriam fortemente prejudicados, muitos deles forçados a optar entre arcar com custos absurdos de transporte ou garantir seu sustento”, afirmou. Suplicy também ressaltou que Ourinhos concentra grande parte da estrutura pública de serviços essenciais, como saúde e educação, que seriam menos acessíveis devido ao aumento nos custos de deslocamento. Entre os exemplos citados estão o Ambulatório Médico de Especialidades (AME), clínica de hemodiálise, e instituições públicas como a ETEC, FATEC, UNESP e Poupatempo, entre outras.
Região já sofre com excesso de pedágios
Atualmente, todas as saídas de Ourinhos, exceto pela SP-270, sentido Canitar-Chavantes, são pedagiadas: Jacarezinho/PR (BR 153), Santa Cruz do Rio Pardo (SP 374), Marília (BR 153) e Assis (SP 374).
Moradores da região relatam que a implantação de mais uma praça de cobrança comprometeria ainda mais a mobilidade e o desenvolvimento regional. “Os estudantes, que já enfrentam dificuldades para continuar seus estudos, poderiam abandonar suas trajetórias educacionais devido aos custos adicionais de deslocamento”, alertou o deputado. Pacientes que precisam se deslocar diariamente em busca de serviços de saúde também seriam muito afetados.
A proposta, que integra o plano de privatização de um trecho de 211 quilômetros da Rodovia Raposo Tavares, entre Ourinhos e Itapetininga, foi anunciada em dezembro pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), mas ainda não recebeu posicionamento de prefeitos da região. Enquanto isso, a ARTESP segue sendo pressionada por líderes do movimento Pedágio Não, que tem ganhado força entre os moradores.
Silêncio de lideranças regionais gera críticas
A ausência de posicionamento do deputado estadual Ricardo Madalena (PL), morador de Santa Cruz do Rio Pardo e aliado do governador Tarcísio, tem gerado insatisfação. Jailton Ferreira, morador de Canitar e um dos líderes do movimento Pedágio Não, criticou duramente a postura de Madalena: “Aparentemente, o deputado só lembra da região quando precisa de votos”, desabafou.
Enquanto isso, o movimento continua mobilizando a população por meio de campanhas virtuais e ações locais. Uma petição pública digital criada hoje pelo Jornal Biz já recolhe assinaturas contra a instalação do pedágio. O Pedágio Não possui um site online quase totalmente concluído, e a partir de fevereiro vai informar as autoridades a favor e contra o movimento, além de reunir notícias publicadas na imprensa e redes sociais.
- Clique aqui para manifestar seu apoio ao abaixo-assinado.
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