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por Bernardo Fellipe Seixas
55 coletores de lixo perderam o cargo e foram realocados como “manutencistas”
Desde segunda-feira (19) as ruas de Ourinhos estão repletas de sacos de lixo que se acumulam nas lixeiras ou em montes no meio dos quarteirões. Em nota, a Prefeitura afirmou que assumiu o serviço de coleta de lixo domiciliar, que durante décadas foi feito pela SAE, mas que pode demorar alguns dias para o serviço ser normalizado pela empresa contratada.
O desmonte da Superintendência de Água e Esgoto de Ourinhos (SAE) marcou o início do processo de privatização dos serviços, comandado pelo prefeito Lucas Pocay (PSD), com o apoio da Câmara Municipal. O cargo de coletor de lixo foi extinto numa aprovação por maioria na Câmara, e os 55 coletores de lixo, realocados na função de “manutencista”, que ninguém sabe exatamente o que é ou o que fazem.
É bom lembrar que o processo de privatização, tratado como “concessão” pela atual gestão, foi “empurrado goela abaixo” pelo prefeito Pocay, e aprovado pelos vereadores da base. A população e o funcionalismo não foram ouvidos, e nem havia críticas contundentes ao trabalho realizado pela SAE.
Um abaixo assinado exigindo a realização de um plebiscito com 4.426 assinaturas foi protocolado na Câmara Municipal, e, ao que parece, engavetado pelo presidente Santiago de Lucas. O documento exige a criação de um plebiscito para questionar a população ourinhense sobre se deseja ou não privatizar o serviço de abastecimento de água na cidade.
Quando a privatização parecia que iria se tornar uma realidade os coletores de lixo entraram em greve, e tiveram o apoio dos moradores. Isto irritou profundamente o Prefeito, que continuou o processo de extinção da Autarquia ignorando os funcionários, suas carreiras e histórias.
Na terça-feira, enquanto moscas sobrevoavam os sacos de lixo espalhados pelas ruas, a Prefeitura publicou nota apresentando os novos funcionários e equipamentos utilizados pela empresa contratada em regime de urgência, afirmando que o serviço será “modernizado”, “trará benefícios para a população”, “será mais eficiente e amplo”.
Os motivos que levaram o prefeito a realizar a privatização são escusos, já que a iniciativa não foi aceita pelos ourinhenses. Além disso, a SAE é empresa com boa saúde financeira e experiência de anos de trabalho na cidade.
Os 55 coletores, funcionários públicos de carreira, tiveram seus salários diminuídos e devem ver com tristeza as novas contratações. Resta saber a quem interessa tudo isso.
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