Venezuela: uma vida arruinada

Foto: ElPolitico

É difícil de imaginar, quando se fala de Venezuela, de que se trata de um país que já foi rico, mais que Brasil, China e Chile. Hoje, estes três estão à frente economicamente, China destacando-se como uma das maiores potências do planeta. Fato é que não faltam motivos para esta decadência do país.

A República Bolivariana experimentou grande pujança econômica graças a sua farta reserva de petróleo de ótima qualidade. Na última década, 90% das exportações venezuelanas vieram desta commodity, ou seja, criou-se uma perigosa dependência, visto que o país gastava demais.

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A partir de 2013, ano da morte de Hugo Chávez, começou o colapso. O preço do barril de petróleo despencou no ano seguinte, e então o país com a maior reserva do mundo do ouro negro começou a se derreter. Isso é básico, até com finanças pessoais: renda variável com despesas permanentemente altas, resulta em quebra.

Hoje pode-se ver uma nação empobrecida, desabastecida e sofrendo sanções da maior nação mundial.

No país sul americano, as forças armadas têm um poder incomum. Controlam empresas, distribuição de comida, entre outras atividades. Impossível fazer qualquer movimento nesta nação sem estar junto dos militares.

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Chávez era um militar. Muitas vezes vinha a público vestido de farda, o que fazia com que ganhasse carisma.  Ele foi para o exterior, estudou política e chegou ao poder. Voltou-se para o Marxismo, distribuiu renda, obteve seu apogeu, e caiu. Caindo, deixou o poder a Maduro, que não é militar. Foi neste governo que a vida na Venezuela se tornou inviável.

Hoje, o país tem uma inflação de 1.623.656%, calculada pela Assembléia Nacional, pois, há anos, ninguém confia no governo.

Tem dois presidentes. Um eleito através de um pleito duvidoso, pouco confiável (Maduro), e outro autoproclamado (Juan Guaidó). O que é pior, cara leitora, caro leitor?

Maduro marcha ao lado de militares. | Foto: Ministério da Defesa da Venezuela

Falando a respeito do presidente Guaidó, este arriscou-se demais ultimamente. Está desde janeiro usando o artifício da autopromoção, com o tempo correndo contra ele e a favor de Maduro. É hora do tudo ou nada para Guaidó. Agora, vira presidente ou sofre as sanções inerentes a quem comete tal atitude, ou seja, possibilidade de exílio e até prisão. Ele apostou em uma oposição mais unida e não chega sequer próximo de conseguir legitimidade em seu pseudomandato. Isso o distancia ainda mais de controlar as forças armadas.

Ele com toda a certeza esperava um apoio maior da população e também dos militares, o que não aconteceu de fato. Maduro continua no poder e cada vez mais fortalecido.

Guaidó se autoproclamou presidente. | Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

O Brasil, como já se esperava de um país governado por uma figura com rompantes, erra em sua política externa relacionada á Venezuela. Primeiro por que nunca é bom ter uma má relação com um país fronteiriço. Temos o Estado de Roraima, que tem muitas relações com a Venezuela, como na área energética. Este hoje governante, durante campanha política no Estado do Acre, chegou a zombar da situação venezuelana, dizendo que ‘acabaria com os ‘petralhas’ e os mandaria para a Venezuela que é aqui do lado’.

Bolsonaro hoje alinha-se mais a Washington, de onde vêm claras intenções de conflito armado, visando obviamente interesse no petróleo venezuelano. Desta forma, nosso país perde força a cada dia na área Geopolítica, onde já foi mais importante, pois delega suas decisões à ideologia Trumpista. Isto pode causar desgaste com um país ao qual se tem uma balança comercial favorável. Lamentável nosso presidente não se atentar a isso. Inegavelmente um amadorismo evidente.

Os Estados Unidos, é bom lembrar, não têm bom histórico em suas intervenções militares. Como ficaria a Venezuela caso a mesma decisão se desse a partir do país da América do Norte? Ficariam como Afeganistão ou Iraque? Nestes locais foram causados problemas que existem até hoje.

Venezuela enfrenta protestos diários. | Foto: ElPais

Ao que parece, não há outra saída para a Venezuela no momento que não seja a renúncia de Maduro. Assim sendo, o país teria novas eleições e o povo poderia, se não retornar a ter uma vida tranquila, voltar a ter esperança. O apego de Maduro ao poder está causando graves efeitos e consequências à população.

Muita negociação é necessária neste momento. Nosso vizinho precisa ter restabelecida a sua democracia e assim ter reduzido o sofrimento de todos que lá residem.

O sufrágio universal sempre é uma boa alternativa.

| Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Jornal Biz. |

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