60 anos da ditadura: O silêncio paulista e “interiorano”

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60 anos da ditadura militar brasileira, invasiva, que rompeu a norma democrática soberana, rasgando a constituição, caçando adversários políticos e apoiada no estrangeiro. A derrubada de Jango congelou o Brasil de seu total potencial econômico e social. Ainda hoje seus resquícios abjetos, indignos de qualquer olhar patriótico, rondam vilmente nossa jovem democracia. Aliás, pouco falamos ou agimos para destacar e afastar de nossa sociedade o pensamento de que “a ditadura foi boa pro Brasil”. Nesse ponto, a atuação das escolas, berço da democracia em uma sociedade é irrisória para não dizer vergonhosa em expor de maneira veemente os descalabros assombrosos do criminoso regime.

Na minha visão “interiorana”, nítido é que as lideranças das escolas, como direção e coordenação, e até mesmo seus membros docentes no ensino fundamental e médio pouco se manifestam em seu cotidiano, tanto pela falta de conhecimento histórico minucioso, quanto pelo constrangimento de ter colegas de trabalho reacionários. O tema passa vagamente de alguma apostila para o educando, quase sem destaque ou mediado a fundo pelo tutor-professor(a). O tema é espinhoso para nossa sociedade. Melindra a atuação daqueles que ferozmente foram perseguidos e coagidos durante o regime: professores, intelectuais e alunos.

Opa! Não só professores, intelectuais e alunos, outra classe melindrada é a política! Começando pelo destacamento, nosso representante nacional, Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, decreta a não manifestação e menção à data em atos oficiais do governo. Repercussão é negativa nos setores progressistas. A mídia cumpre papel institucional e editoriais do nicho progressista não deixam passar em branco.

Voltando à análise interiorana, um ou nenhum diretório de partido ou políticos fizeram
menção à data, ou resgataram os fatos históricos ocorridos em nossos municípios. Nem uma entrevista em alguma das rádios, um pronunciamento, um reels de instagram. Parece que tentamos esconder, (já que esquecer é impossível) esse passado sombrio, dessa maneira deixando o espaço aquecido para o chocar do “ovo da serpente”. “Quem” não deixou passar em branco foi o Supremo Tribunal Federal, com a votação de ação proposta pelo PDT para o encerramento da questão sobre o “poder moderador” e seu artigo 142. Considerações ao voto do Ministro Flávio Dino, pelas firmes e contundentes.

Espero que esse “espaço em branco” seja preenchido urgentemente em nosso interior,
sobretudo pelos jovens! Pesquisadores, questionadores, críticos! Que esteja nos espaços de
poder sempre a voz retumbante do(a) democrata! Que nossa voz jamais possa se calar
novamente. Registro meus pesares lamentosos aos desaparecidos e seus familiares, aos
exilados, agredidos, vilipendiados. Ditadura Nunca Mais!

  • Lucas Fleury Moraes é formado em Pedagogia e cursa Direito pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP). O email dele é lucas.fleury@hotmail.com .

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