Deu pra trás: Vereador diz que errou gramática em requerimento sobre queimada de galhadas

À esquerda, foto de incêndio em área do Jardim Santos Dumont. À direita, o vereador Fernando Seco. (Reprodução TV Câmara).

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por Bernardo Fellipe Seixas / Jornal Biz

Vereador Fernando Seco passou por momento embaraçoso durante a sessão, e pediu correção ao próprio documento sobre queima de galhadas e máquina trituradora quebrada  

Em um momento em que os políticos brasileiros têm se acostumado a voltar atrás em seus posicionamentos, negando comentários e até mesmo suas próprias ações, é oportuno recordar uma frase icônica de Winston Churchill. O ex-primeiro ministro do Reino Unido afirmava que “a coragem é a mais importante das qualidades humanas, pois é ela que assegura todas as outras”.

Após a ampla repercussão da reportagem publicada ontem (13) pelo Jornal Biz sobre o requerimento do vereador Fernando Seco (MDB) a respeito das queimadas de galhadas e a máquina trituradora quebrada há meses, o assunto ganhou destaque nas discussões da sessão da Câmara Municipal. Parlamentares de oposição, como Guilherme Gonçalves (Podemos) e Roberta Stopa (Psol), manifestaram apoio à proposta. Guilherme alertou sobre os perigos das queimadas para o meio ambiente, bem como para a saúde de pessoas e animais, enquanto Roberta lembrou que a questão das galhadas é um problema persistente desde 2018, e que a queima configura crime ambiental.

Foto: Reprodução TV Câmara

Surpreendentemente, o autor do requerimento pediu a palavra para praticamente se desculpar com o prefeito pelo documento e solicitar uma retificação à Mesa Diretora. Fernando Seco afirmou que houve um erro de digitação e que não afirmou, conforme consta no documento que ele assinou e apresentou na Ordem do Dia, que está ocorrendo um crime ambiental. “Eles (vereadores Guilherme e Roberta) leem o texto do requerimento, mas precisam compreender a intenção”.

Em seguida, de maneira lamentável, Fernando Seco fez analogias para tentar defender as possíveis causas de incêndios, como alguém que corta a vegetação de um terreno, fuma e acidentalmente deixa cair uma bituca. Seco afirmou que “fazer tal afirmação é muito grave”. Vale ressaltar que foi o próprio vereador que assinou o Requerimento nº 532, contendo tais informações. Confira o documento ao final do texto.

Enquanto o debate acontecia na Câmara, um grande incêndio atingiu o Parque Ecológico de Ourinhos, o último trecho de mata atlântica preservada na cidade.

A falta de independência política de alguns vereadores é tão evidente que, quando eles decidem tomar alguma ação e fiscalizar a Prefeitura, são repreendidos e acabam tendo que se desculpar. Triste legistativo ourinhense.

Reprodução Câmara Municipal de Ourinhos

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