“Nunca passamos por algo parecido”, diz sócio proprietário de funerária

Imagem: Reuters

Em tempos de pandemia, a internet nos revela a tragédia vivenciada por moradores da Espanha ou Itália, convivendo com  filas de caixões sendo transportados em caminhões para o crematório; ou corpos na rua aguardando remoção no Equador, devido à falta de serviços funerários.

Ninguém quer se deparar com esse assunto, mas a verdade é que as empresas funerárias precisam se preparar para lidar com corpos contaminados pelo coronavírus e o aumento da demanda.

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O embalsamento de um corpo deve acontecer preferencialmente nas primeiras 12 horas depois da morte. Em Ourinhos, a Funerária Ourinhos possui um laboratório para executar a técnica, chamada de tanatopraxia, que é utilizada principalmente quando o corpo precisa ser transportado. Devido à pandemia, os procedimentos de tanatopraxia estão proibidos em todo o território nacional.

Em tempos normais, os funcionários da empresa funerária retiram o corpo no hospital, e levam para uma sala de preparação na empresa, onde são preparados e encaminhados para o velório. Hoje a rotina mudou: “Usamos roupa tipo macacão com capuz, óculos anti embaçante, máscaras, luvas de alto risco, botas de borracha. É muito difícil as famílias não terem direito de velar seus entes queridos, acho isso muito  doloroso, mas as orientações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde é que sepulte direto”, explica Rodrigo Casteletto, sócio proprietário da Funerária Ourinhos. O corpo é acondicionado em dois invólucros depois de lavado com álcool 70%, e colocado em urna lacrada.

É muito difícil as famílias não terem direito de velar seus entes queridos, acho isso muito  doloroso, mas as orientações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde é que sepulte direto”, diz Rodrigo Casteletto. | Imagem: arquivo pessoal.,

“Nunca passamos por algo parecido. Lembro que nas primeiras mortes por HIV tomávamos precauções porque era uma doença desconhecida. Mas uma pandemia, nunca vivemos”, diz Rodrigo, explicando que, além das providências para o sepultamento, a empresa também encaminha o corpo para cremação: “Temos parceria com o Crematório Jardim dos Lírios de Bauru, de propriedade da Empresa Funerária Terra Branca”.

Para evitar contaminação, os velórios devem seguir regras mais rígidas, sendo permitidos somente durante o dia, com duração máxima de 6 horas e não mais do que 10 pessoas na sala.

Funeral na Itália: utilização de EPIs extras para manuseio do caixão. | Foto: Reuters

Rodrigo diz que a empresa acompanha diariamente as normas ou decretos emitidos para o setor. “Mudam a todo instante, precisamos ficar atentos. Em Ourinhos o prefeito deve emitir decreto disciplinando sobre os velórios, independente do motivo da morte. Não pode haver aglomeração de pessoas”.

Como em toda tragédia, Rodrigo percebe um aumento do sentimento de solidariedade entre as pessoas: “Creio que tudo isso vai passar, e a humanidade se transformar. Acho que os seres humanos nunca foram tão fraternos como estão sendo uns com os outros”.

O Jornal Biz não conseguiu contato com a administração do Cemitério de Ourinhos. Para o enterro da primeira pessoa com teste positivo para Coronavírus, o coveiro não possuía equipamentos adequados de EPI: foram improvisados sacos de lixo para isolar os pés e parte do corpo.

Fique em casa! Preserve a vida de todos.

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