FAPI volta com todos os shows gratuitos, mas tem recorde de boletins de ocorrência, facada e patrocínio milionário

Público no show de Chitãozinho e Xororó. | Foto: Facebook oficial Fapi

A 53º Feira Agropecuária e Industrial de Ourinhos (FAPI) acabou no último domingo, 16, e não vai deixar saudades para muita gente. Se os shows animaram os visitantes da Feira, quem trabalhou na segurança do evento teve muito trabalho.

Diferente dos dois últimos anos, a edição deste ano teve todos os shows gratuitos. | Foto: redes sociais

Segundo a Polícia Militar, só no dia 13 aconteceram pelo menos 250 furtos de celulares. Várias brigas foram registradas e uma até chegou a ser transmitida ao vivo por uma TV enquanto o prefeito Lucas Pocay (PSD) dava entrevista. O caso mais sério foi o de Angélica Batista Gomes, vítima de seis facadas enquanto assistia a show musical com o namorado.

Briga foi transmitida ao vivo por TV enquanto o prefeito dava entrevista. | Imagem: captura de tela de vídeo com alteração feita pelo Jornal Biz

Na sexta-feira, 14, a Delegacia de Ourinhos bateu recorde de boletins de ocorrência registrados em um só dia. Foram 200 notificações formalizadas referentes à noite anterior, quando a atração foi a dupla sertaneja Zé Neto e Cristiano.

No recinto, centenas de cartazes anunciavam a existência de câmeras de vigilância no recinto e pela cidade. A tentativa de intimidação não deu certo com os bandidos.

Centenas de cartazes como este foram espalhados pelo recinto. Afinal, para que serviram as câmeras?

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No dia do início do evento, o clima era de apreensão entre ambulantes e responsáveis por estacionamentos “não oficiais” próximos do recinto. A Prefeitura prometeu fiscalização rigorosa e emitiu notificações para comerciantes da avenida Jacinto Sá.

Dono de terreno na rua Pedro Fernandes Sândano utilizou o espaço para estacionamento.

Pessoas que se diziam ligadas à organização do evento tentaram intimidar moradores da rua Pedro Fernandes Sândano, que preparavam terrenos e as próprias garagens para guardar carros de visitantes da feira. No entanto, tudo ficou na base da ameaça.

Captura de tela de postagem feita no Facebook. Nome e imagem ocultados pelo Jornal Biz.

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O som alto do show até de madrugada também foi alvo de reclamações da população. Já era mais de 3 horas da madrugada quando uma moradora das proximidades do recinto resolveu registrar a perturbação em seu Facebook.

Durante os dias do evento, página do prefeito se tornou, praticamente, um “diário da Fapi”.

Desde o início do ano o prefeito Lucas Pocay utilizou suas redes sociais para divulgar a venda de camarotes, “novidades” do parque e a grade de shows. Durante os 10 dias de feira, ele promoveu a venda de yakissoba, divulgou vídeos com momentos do dia anterior e fez inúmeras transmissões ao vivo, quase sempre ao lado das atrações musicais. No entanto, sobre os graves incidentes, não disse nem uma palavra.

Em nota à TV Tem, a Prefeitura informou que “não organiza a FAPI, apenas patrocina”. A cota de patrocínio paga à empresa Extreme Motor Clube, neste ano, foi de R$1,2 milhão.

Mesmo sendo alardeada como “feira de portões abertos” e com shows gratuitos, a FAPI é um evento que sai muito caro para o povo ourinhense. O custo total, com funcionários, material para manutenção, água e energia elétrica é guardado a sete chaves. Mesmo com pedido oficial da Câmara Municipal, Prefeitura e Extreme Motor Clube se negam a enviar, desde o ano passado, as prestações de contas do evento para apreciação dos vereadores. Por quê será?

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