Eventos realizados pela Prefeitura na Fapi perturbam moradores

Balada eletrônica na Fapi começou às 23h de sábado e terminou às 10h de domingo. | Imagem: redes sociais

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por Bernardo Fellipe Seixas / Jornal Biz

Em comemoração ao aniversário da cidade, alguns eventos foram realizados no Recinto de Exposições Olavo Ferreira de Sá. O som alto durante os shows e o ruído de motos acelerando motivaram reclamações nas redes sociais. Muitos moradores da região próxima à Fapi registraram boletins de ocorrência e irão acionar o Ministério Público.

Os moradores ficaram revoltados principalmente com a realização da balada eletrônica denominada “Golden Eleven”, que teve início às 23 horas do dia 14, se estendendo até 10 horas da manhã do dia seguinte. O evento constava da programação de aniversário da cidade, divulgada no perfil pessoal do prefeito Lucas Pocay (PSD).

Vídeo produzido pelos organizadores mostra parte da estrutura montada no recinto. | Imagem: captura de tela vídeo Facebook

“Foi uma tortura ter que ouvir música eletrônica por tantas horas. Ninguém dormiu. E pra piorar, antes das 5 da manhã houve estouro de rojões”, reclama a professora Neusa Fleury, que reside no Jardim América. Um grupo de moradores prepara uma ação popular na tentativa de evitar que esses eventos continuem acontecendo no local.




Em maio de 2018 a Prefeitura autorizou a realização de festa semelhante (Vive la fete), que durou toda a madrugada e avançou pela manhã. Pressionado pelo MP, o prefeito Pocay publicou um decreto com o Regulamento para uso do Parque Olavo Ferreira de Sá. O texto é sucinto, e não faz nenhuma referência ao principal problema vivido pelos moradores, que é o volume de som e as formas de fiscalização e punição aos infratores. Enfim, o Decreto é omisso justamente onde deveria ter clareza.

Em edições anteriores, a Golden Eleven foi realizada em recinto particular, a Arena M8, localizada afastada de residências. Em uma live em sua página no Facebook, no dia 23 de setembro, o prefeito Lucas Pocay afirmou que os realizadores da festa são “seus grandes amigos”.




Maria Célia Paganelli, que também mora nas proximidades da Fapi, precisou sair de casa no final de semana: “Fui para a casa da minha irmã. Não consigo dormir, nem assistir TV. Fico com problemas de pressão alta. É um absurdo a gente ter que sair da própria casa”.

Em dias de grandes eventos na FAPI, Maria Célia busca refúgio do barulho na casa da irmã, em bairro distante do recinto de exposições Olavo Ferreira de Sá. | Foto: redes sociais

O vereador Vadinho (PSDB) foi o único a se manifestar sobre o assunto na sessão da Câmara do dia 16. Referindo-se ao fato da Prefeitura ter utilizado fogos com estampidos no evento do dia 13, o que é proibido em todo o município (Lei Complementar nº 1036 de 16/05/2019), Vadinho perguntou:

“Se a própria Prefeitura não cumpre a lei… quem vai fiscalizar o infrator? A Prefeitura pode tudo? O Prefeito estava presente no momento em que a lei foi desrespeitada, é lamentável.”

Pelas redes sociais, munícipes que cuidam de cavalos no haras que funciona na Fapi registraram o incômodo vivido pelos animais, que ficam agitados e acabam se machucando nas baias.

Vadinho disse que o evento Golden Eleven foi realizado sem autorização dos bombeiros, e o som alto incomodou milhares de moradores. | Imagem: captura de tela TV Câmara

Vadinho também denunciou o fato de que a balada Golden Eleven aconteceu sem alvará dos bombeiros, houve som alto durante toda a madrugada, grande consumo de bebidas e uso de drogas. “Ninguém fiscaliza. A obrigação de punir é da Prefeitura”, esclarece.




O vereador Cícero Investigador (PRB), que mora em frente ao recinto da Fapi, não se manifestou, apesar de cobrado por seus eleitores. Omissa também foi a postura dos outros vereadores, inclusive do sargento Sergio (PRB), que em outra ocasião usou a tribuna para defender os moradores. Desta vez o vereador preferiu usar seu tempo na tribuna apresentando uma moção de repúdio à Rede Globo, “por defender exaustivamente o caso Marielle no Rio de Janeiro e atacar a Polícia Militar do Estado de São Paulo no caso da favela de Paraisópolis”.

É bom lembrar que o assassinato da vereadora ainda não foi esclarecido, e a Polícia Militar paulista é acusada de assassinar nove jovens em um baile funk em Paraisópolis, SP.

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