Vamos falar de amor… e política

Parada LGBT 2019 | Imagem: reprodução internet

Chega um pouco de política. Vamos entrar numa vibe boa!

Cara leitora, caro leitor, preciso de um respiro! Tenho tantas coisas a falar do Governo Bolsonaro (quase todas não tão boas) que não cabem em minha coluna semanal. Quero falar, deveras atrasado, sobre a última edição da Parada do Orgulho LGBT, ocorrida em São Paulo no último dia 23/06.

Incluirei Bolsonaro nesta coluna para lembrar que este ano se deu a primeira Parada na história sob o governo de um presidente declaradamente homofóbico. Apoiadores dirão que as frases do presidente sobre o assunto estão editadas, fora do contexto, que é coisa da ‘mídia esquerdopata comunista’, mas não. O presidente é homofóbico sim! Encoraja o preconceito sim! Autoriza a violência contra esta comunidade, sim! Declara que ‘respeita, mas nosso país é cristão’, sim! Ora, esta última afirmação já não é um tanto homofóbica?

“Seria incapaz de amar um filho homossexual. Não vou dar uma de hipócrita aqui: prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí. Para mim ele vai ter morrido mesmo”, disse Bolsonaro em entrevista à revista Playboy.

Fazendo um contraponto a este fato de ser a primeira vez sob um governo homofóbico, posso citar que a comunidade teve o que comemorar. Uma de suas maiores reivindicações foi atendida, que é a criminalização da homofobia e da transfobia. Aprovada pelo STF, elas entraram no rol dos crimes de racismo. Resumindo: no Brasil, a partir de agora, cometer crime contra um homossexual é o mesmo que o fazer contra um negro.

O amor não tem gênero, nem raça, nem religião.

A luta dos LGBTS por direitos é algo registrado com maestria no filme Milk, do excelente ator Sean Penn, que retrata a vida de Harvey Milk, o primeiro político americano declaradamente gay de que se tem notícia, que precisa vencer preconceitos para abrir uma loja de fotografia junto com o namorado. Não vou dar spoilers, mas sugiro fortemente aos leitores assistir a esta obra prima do cinema e da luta LGBT.

Vivendo em um governo como o de hoje, torna-se impossível não se ter medo de retrocessos, retirada de direitos, fortalecimento do conservadorismo e reacionarismo. Assim, houve um bloco no evento chamado ‘LGBTs contra Bolsonaro’, em que 2.400 pessoas haviam confirmado presença pelas redes sociais. A relação com Bolsonaro não pode ser pior. Quem não ser lembra de cantos homofóbicos por parte da torcida Mancha Verde, em plena Estação da Sé, no ano passado, dizendo que Bolsonaro iria matar viado? (ô bicharada, toma cuidado, o Bolsonaro vai matar viado) . Posso dar garantias que me sinto mal somente de reproduzir tal ignorância.

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E podem dizer que não foi o próprio Bolsonaro que se dirigiu até a estação e gritou tal frase, mas a questão aqui é que grupos homofóbicos sentem-se encorajados em cometer tal ato, justamente por que entendem que ele autoriza essa violência. Já citar seus embates com o deputado Jean Wyllys torna-se lugar comum.

Com música, muito glitter e fantasias, a 23º Parada do Orgulho LGBT em São Paulo foi, não só uma festa, mas um grito de liberdade a uma comunidade que cada vez mais ganha importância.

São Paulo realiza a maior Parada LGBT do mundo. | Foto: Observatório G

Tenho a grande sorte de possuir vários amigos e conhecidos que são gays. Cada um do seu jeito, cada um com suas atividades cotidianas, vidas diferentes, trabalhos intelectuais ou braçais, mas em todos é notada a mesma vontade: gozar de respeito!

O nome de pessoas como Jair Bolsonaro será varrido da história um dia. Só não será o de divas trans como Rogéria e Jane di Castro, Kátia Tapeti (primeira vereadora trans da política brasileira), Jean Wyllys, Gleen Greenwald, entre tantos.

| Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Jornal Biz. |

Escreva para a Coluna do Russo: luizrobertorusso@hotmail.com

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