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por Bernardo Fellipe Seixas
Conivência ou medo? A falta de posição dos líderes regionais ao maior ataque às instituições desde a redemocratização do país em 1988.
Hoje marca o segundo aniversário dos atos de vandalismo que abalaram Brasília, conhecidos como a Intentona Bolsonarista, ocorridos em 8 de janeiro de 2023. Os ataques a prédios dos Três Poderes resultaram em mais de R$ 24 milhões em prejuízos, além de danos irreparáveis a obras de arte e um clima de terror na capital. Esses atos, promovidos por simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foram uma reação à posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito democraticamente. Mais do que vandalismo, o 8 de janeiro foi um ato antidemocrático que clamou por um golpe de Estado contra Lula.
É trágico notar que, em meio a um cenário onde políticos da região de Ourinhos são ativos nas redes sociais, compartilhando desde memes e conquistas pessoais até conteúdos motivacionais, a maioria permanece em silêncio sobre os eventos de 8 de janeiro. Essa postura é ainda mais alarmante considerando que muitos prefeitos e vereadores da região, embora apoiem indiretamente figuras da extrema direita e do centrão, parecem temer qualquer manifestação que possa desagradar eleitores com tendências radicais. Será que esses prefeitos, que apoiam Bolsonaro, agiriam de maneira diferente se fossem alvo de manifestações antidemocráticas pela retirada de seus cargos à força?
Embora a postura “isentona” possa ser vista como uma estratégia eleitoral, ela enfraquece a democracia e ignora a vontade da população. De acordo com uma pesquisa publicada no último dia 6 pelo Instituto Quaest, 86% dos brasileiros condenam os atos antidemocrátivos de 8 de janeiro. Levantamentos do Datafolha também mostram que 62% são contra a anistia aos envolvidos, 65% consideram o episódio um ato de vandalismo, e 60% acreditam que o ex-presidente Bolsonaro teve um papel colaborativo nas ações de vandalismo em Brasília.
Um levantamento realizado pelo Jornal Biz nas redes sociais de prefeitos e vereadores de Ourinhos, Canitar, Chavantes, Ipaussu, Salto Grande, São Pedro do Turvo e Santa Cruz do Rio Pardo revelou que, até o momento da publicação deste conteúdo, não houve qualquer posicionamento sobre os atos antidemocráticos. Essa omissão é preocupante, pois minimiza a gravidade do que ocorreu e alimenta um clima de impunidade que pode fortalecer futuras tentativas golpistas.
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