Prefeito de Marília tenta reverter concessão de água e esgoto. Guilherme seguirá o mesmo caminho em Ourinhos?

Imagens: reprodução redes sociais

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por Bernardo Fellipe Seixas

Marília, assim como Ourinhos, concessionou os serviços de água e esgoto por 35 anos

Nos últimos meses, Marília e Ourinhos se tornaram palcos de intensos debates em torno da privatização dos serviços de abastecimento de água e coleta de esgoto, ações que têm gerado insatisfação e preocupação nas populações locais. Em ambas as cidades, os ex-prefeitos tomaram decisões que, hoje, são alvo de críticas e investigações, refletindo a complexidade da gestão pública e suas implicações diretas no dia a dia dos cidadãos.

Marília: Investigação em andamento

Em Marília, o atual prefeito Vinicius Camarinha (PSDB) iniciou um processo administrativo com o objetivo de investigar possíveis irregularidades no contrato de concessão do saneamento básico, firmado em 2022 durante a gestão do ex-prefeito Daniel Alonso (PL). A concessão, que passou a ser gerida pela RIC Ambiental, já enfrenta uma série de problemas, como interrupções no abastecimento de água e falhas na infraestrutura, levando a um descontentamento crescente entre os moradores.

Camarinha apontou falhas significativas no edital de licitação, que, segundo ele, comprometeram a transparência do processo. A ausência de critérios claros para a avaliação das propostas e a falta de notificação a partes interessadas levantam sérias dúvidas sobre a legitimidade da concessão. O prefeito expressou sua preocupação com a entrega de um patrimônio público avaliado em R$ 400 milhões por uma fração desse valor, ressaltando que a atual gestão dos serviços não tem atendido às expectativas da população.

Vinícius tenta reverter a concessão, e avalia alternativas para retomar o controle do sistema. Ele também comunicou que, se necessário, a Prefeitura vai entrar com ações judiciais para garantir a qualidade dos serviços e o cumprimento das obrigações contratuais.




Ourinhos também enfrenta problemas com empresa responsável pelos serviços de saneamento

Em Ourinhos, a situação não é diferente. O ex-prefeito Lucas Pocay (PSD) extinguiu a Superintendência de Água e Esgoto (SAE) e privatizou os serviços de saneamento, leiloando-os para a Ourinhos Saneamento, controlada pela GS Inima. Desde então, a população tem enfrentado problemas significativos, como a desorganização dos serviços, falta d’água e o aumento nas tarifas, que geraram uma onda de reclamações nas redes sociais.

O atual prefeito Guilherme Gonçalves (Podemos), servidor concursado da extinta SAE, foi um crítico contundente da privatização realizada por Pocay. Antes de tomar posse, ele garantiu  que buscaria respostas da empresa responsável pelos serviços e consequentes transtornos causados a população. Guilherme não chegou a falar sobre ir ao Judiciário para retomar os serviços concessionados, mas já declarou publicamente que a privatização não trouxe os benefícios prometidos e que os ourinhenses estão pagando o preço por decisões apressadas e mal planejadas.

Cenário de insatisfação

Tanto em Marília quanto em Ourinhos, a privatização dos serviços essenciais de água e esgoto se tornou um tema central nas discussões políticas e sociais. Moradores de ambas as cidades enfrentam dificuldades cotidianas, desde a falta de água até tarifas exorbitantes, e as administrações municipais buscam formas de reverter essas situações.

As investigações em Marília e as críticas em Ourinhos refletem um descontentamento com as decisões dos ex-prefeitos, e a busca por soluções que garantam a qualidade dos serviços e a proteção do interesse público. O futuro dos serviços de saneamento em ambas as cidades ainda é incerto, mas a pressão da população e a mobilização dos gestores podem criar novas possibilidades para uma gestão mais transparente e eficiente.

Assim, enquanto Marília e Ourinhos navegam por essas águas turbulentas, a esperança é que as lições do passado sejam aprendidas e que os cidadãos possam contar com serviços de saneamento dignos e bem geridos.

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