Suspender vacinação de adolescentes foi decisão de Bolsonaro, diz ministro da Saúde

Imagem: captura de tela redes sociais

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por Redação Biz

Durante live, presidente mentiu ao dizer que OMS ‘é contra’ vacinar menores entre 12 e 17 anos; Anvisa mantém autorização de uso da Pfizer para essa faixa etária

O Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou na noite de ontem (16) durante a live de Jair Bolsonaro (sem partido) nas redes sociais, que partiu do próprio presidente a orientação para rever a vacinação de adolescentes.

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“O que o Ministério da Saúde fez? Na nota técnica 40 da Secovid [Secretaria de Enfrentamento à Covid-19], retirou os adolescentes sem comorbidades. O senhor tem conversado comigo sobre esse tema, e nós fizemos uma revisão detalhada no banco de dados do DataSUS”, afirmou o ministro da Saúde na transmissão ao lado do presidente.

“Minha conversa com o Queiroga não é uma imposição”, comentou Bolsonaro. “Eu levo para ele o meu sentimento, o que eu leio, o que vejo, o que chega ao meu conhecimento.”

“Você pode ver como está a situação: a OMS é contra a vacinação entre 12 e 17 anos. A Anvisa, aqui no Brasil, é favorável à vacinação de todos adolescentes com a Pfizer. É uma recomendação. Você é obrigado a cumprir a recomendação?’, questionou o presidente. Ao que o ministro respondeu: “Não. Eu não sou obrigado”.

Na verdade, a OMS nunca foi contra a vacinação entre 12 e 17 anos —a entidade apenas recomenda priorizar adultos, idosos e imunossuprimidos, mas diz que os mais jovens também devem receber as doses uma vez que a população adulta esteja imunizada.

CORTINA DE FUMAÇA

Para o médico Dr. Drauzio Varella, a decisão do Ministério da Saúde de restringir a vacinação de adolescentes com o argumento de que usa “cautela por efeitos adversos” é uma medida para esconder erro do governo sobre “falta de vacinas”.

Em entrevista à Globo News, na noite de ontem (16), o médico e cientista criticou o posicionamento do Ministério. “Qual é a finalidade de uma coisa dessas? Para justificar o fato de nós não termos vacinas suficientes porque não compramos quando elas estavam disponíveis. Para falsificar, para esconder um erro do governo você mente para a sociedade”, disse Dr. Drauzio.

O médico disse, ainda, que os movimentos antivacina ainda são incipientes no Brasil, mas que uma medida como a anunciada por Queiroga é que “faz as pessoas desacreditarem das vacinas”.

Posicionamento do ministro da Saúde desacredita as vacinas, disse Dr. Drauzio.
| Imagem: captura de tela GloboNews

“Um episodio só não vai destruir o que o Programa Nacional de Imunizações realizou com muito esforço durante todos esses anos. Mas é assim que você faz as pessoas desacreditarem nas vacinas”, afirmou o médico.

Em nota, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) também criticou a decisão do governo: “apesar de entender que a população de maior risco deve ser priorizada, a entidade discorda do recuo do Ministério da Saúde em relação à vacinação de adolescentes sem comorbidades após o anúncio do início da vacinação desse grupo. A medida gera receio na população e abre espaço para fake news.”

“Não há evidências científicas que embasem a decisão de interromper a vacinação de adolescentes, com ou sem comorbidades. A SBIm, portanto, entende que o processo deve ser retomado, de acordo com o que já foi avaliado, liberado e indicado pela Anvisa”, disse a SBIm.

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