por Bernardo Fellipe Seixas
Ato pacífico pediu agilidade na vacinação, auxílio-emergencial decente e o impeachment do presidente da república
Ourinhos registrou na manhã deste sábado (19) manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Cerca de 250 pessoas se reuniram na praça Mello Peixoto, com faixas, cartazes, carro de som, e em seguida percorreram algumas das principais ruas do centro da cidade. Houve distribuição de máscaras PFF2 e álcool gel.
Comida no prato, vacina no braço – O ato contou com a participação de representantes de partidos políticos de centro-esquerda como o PT, PSB e do PCdoB, e entidades como a Apeoesp (Sindicato dos Professores), Sindicato dos Servidores Públicos de Ourinhos, estudantes da Unesp, Fatec, Uenp, comerciantes, empresários e aposentados, entre outros. A vereadora Roberta Stopa (PT), representante do Coletivo Enfrente na Câmara Municipal, foi a única autoridade presente ao evento.
A pauta principal do protesto foi o pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. O comerciante Jairo Silvestre pedia mais atenção às famílias carentes e fim de mordomias para políticos. “O poder de compra do povo acabou. É muita gente desempregada e sem ter o que comer. Enquanto isso deputados e senadores vivem com regalias e sugam o nosso dinheiro em altos salários e mordomias como auxílio-moradia, carros oficiais e cota parlamentar. Ou isso acaba ou vão acabar com o Brasil”, criticou Jairo.
O professor Adolar Raimundo faz parte da organização do movimento, e ressaltou a maior aceitação do público ao protesto. “A população já percebeu que o governo Bolsonaro não tem compromisso com as necessidades do país, e a cada diz cresce o apoio para a retirada desse presidente genocida do poder. Ele ainda tem um ano e meio de mandato. O Brasil não vai aguentar”, disse Adolar.
O empresário Mário Ferreira, proprietário do Laboratório Santa Paula, criticou a demora na vacinação e o baixo valor do auxílio pago às famílias de baixa renda. “Se o presidente tivesse comprado vacinas quando foram oferecidas, já teríamos milhões de pessoas a mais imunizadas, e consequentemente menos mortes, hospitais desafogados, e a economia já estaria respirando melhor. É preciso dar um basta nesse governo nefasto”, discursou Mário, no microfone do carro de som, na praça Mello Peixoto. “O valor do auxílio que está sendo pago aos mais pobres é uma vergonha. O governo dá bilhões aos bancos e as migalhas ao povo”, finalizou Ferreira.
Geógrafo formando na Unesp de Ourinhos, Jardel Augusto atualmente é professor em Santa Cruz do Rio Pardo. Ele participou da articulação da manifestação e avaliou o ato como positivo. “Tivemos o apoio de vários segmentos da comunidade, e isso ficou evidente nos cartazes que cada participante levou. Distribuímos 150 máscaras PPF2, álcool em gel… mas o mais bonito foi ver o pessoal respeitando o distanciamento sem que fosse preciso ficar lembrando. É a consciência e o respeito ao próximo”, observou Jardel.
Número trágico – O Brasil chegou hoje (19) ao número de 500 mil mortos por Covid. Ourinhos já totaliza 430 óbitos por Covid, sendo oito (08) nas últimas 24 horas. Na concentração do evento em Ourinhos, o carro de som entoou músicas de Chico Buarque, aniversariante do dia e maior compositor da música popular brasileira.
Até o momento foram registradas manifestações em 448 cidades, 24 capitais e no Distrito Federal.
No Rio de Janeiro, segundo a Polícia Militar, mais de 50 mil pessoas ocuparam as ruas do centro. Os organizadores falam em 70 mil manifestantes.
Mais fotos da manifestação em Ourinhos:
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