Os professores vinculados à Cooperativa que presta serviços na Escola Municipal de Música estão sem receber os salários há dois meses.
Na noite da última terça, 17, um grupo de professores e integrantes da Cooperativa participou de uma reunião com o prefeito Lucas Pocay (PSD), que garantiu que a Prefeitura fará o repasse desde que haja parecer favorável da Procuradoria Jurídica do município, mas não disse quando.
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A Cooperativa Brasileira de Trabalho dos Profissionais das Artes, idealizada pelo ex-secretário de Cultura e ex-Diretor da Escola de Música Paulo Flores, foi alvo de denúncia de corrupção e lavagem de dinheiro. O escândalo está sendo investigado pelo Ministério Público e a Câmara instaurou CPI, mas ainda não existe conclusão desses trabalhos. As denúncias incluem realização de cursos que nunca existiram, irregularidades na prestação de contas para a Prefeitura, participação direta de funcionários públicos nas decisões da Cooperativa, além de despesas indevidas.
Com a divulgação do escândalo a partir de denúncia realizada por Daniela Santos, então presidente da Cooperativa, o prefeito exonerou Paulo Flores, e desde então o nome do secretário de Cultura, Rodrigo Donato, também tem sido vinculado ao caso devido à venda supostamente irregular e superfaturada de um instrumento musical para a Cooperativa, o que ocasionou grande desgaste político. O secretário chegou a gravar um vídeo e divulgar nas redes sociais declarando que iria devolver o dinheiro aos cofres públicos.
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Segundo um representante da Cooperativa que pediu para não ser identificado, desde que os integrantes tiveram conhecimento da denúncia, a presidente Daniela Santos foi afastada e houve mudanças na diretoria da entidade. A nova diretoria da Cooperativa também realizou esforços para regularizar a documentação referente ao contrato com a Prefeitura, e atualizou documentos bancários e contábeis que nunca haviam sido feitos, com apoio de pessoas ligadas à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Observatório Social de Ourinhos. A Cooperativa também realizou auditoria interna e levantou um valor de R$53.385,05, que seriam correspondentes a despesas indevidas, que foram ressarcidas para a Prefeitura através de depósito realizado ontem, dia 18.
“Trabalhamos muito para acertar a documentação da Cooperativa, e os professores cooperados continuaram prestando serviços na Escola de Música, normalmente”, diz o representante da Cooperativa, concluindo que “o repasse está atrasado, e precisamos pagar os professores. Estamos aguardando a decisão do prefeito para acertar esses salários”.
O “embroglio” entre a Prefeitura e a Cooperativa serve de pano de fundo para inúmeras dificuldades na Secretaria de Cultura na cidade. Desde a divulgação da denúncia que também envolveu o nome do secretário Rodrigo Donato, especula-se a respeito de sua saída. Vereadores membros da CPI aberta pela Câmara e que continua investigando o caso também pressionam o prefeito “pedindo a cabeça” de Donato. Segundo fontes não oficiais, ele pode ser exonerado este final de semana, e quem deve assumir interinamente é o secretário-adjunto, José Carlos Vieira dos Santos, o Carlinhos da Lambo.
Nos bastidores fala-se que o novo secretário de Cultura pode ser Cleber Newton Barros, o Clébão, funcionário comissionado daquela pasta e que foi assessor do prefeito Lucas quando ocupava o cargo de vereador.
Enquanto isso, os professores da Escola Municipal de Música que estão vinculados à Cooperativa continuam sem receber seus salários.
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