Educação: Ourinhos piora no ranking estadual de analfabetismo, aponta o censo do IBGE

O vice-prefeito professor Lucas Suzuki e o prefeito Lucas Pocay. | Foto: reprodução redes sociais

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por Bernardo Fellipe Seixas / Jornal Biz

Entre os municípios paulistas, Ourinhos caiu 213 posições no ranking estadual de analfabetismo desde o último censo oficial do IBGE para a educação.

Enquanto o Brasil avança no combate ao analfabetismo, Ourinhos enfrenta um retrocesso preocupante em seus índices educacionais. De acordo com os dados do Censo 2022 do IBGE, publicados nesta sexta-feira (17) no site oficial do Instituto, a taxa de analfabetismo no país caiu de 9,6% em 2010 para 7% em 2022, uma conquista importante. No entanto, a cidade de Ourinhos caminha na direção oposta.

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Segundo o levantamento, a cidade ocupa atualmente a 286ª posição no ranking estadual de alfabetização, entre os 645 municípios paulistas, e a 1.769ª no ranking nacional, entre 5.570 cidades. Essa colocação é pior do que em 2010, quando o município ocupava a 73ª posição no estado e a 262ª no país. Essa queda revela que, nas últimas administrações, os prefeitos não tem sido capazes de acompanhar os avanços observados em outras regiões.

Enquanto cidades do mesmo porte, como Botucatu e Assis, possuem taxas de alfabetização acima de 97%, Ourinhos registra 96,76% – abaixo até da média estadual (97,8%). Esse cenário é ainda mais preocupante quando se leva em conta que o prefeito Lucas Pocay (PSD), que administra a cidade desde 2017, constantemente alardeia que a educação em seu governo é “referência”. Como mostrou o Jornal Biz em abril, Ourinhos também piorou no Índice de Oportunidades da Educação Brasileira de 2023.

Essa realidade contrasta com os avanços observados no país. Em 1940, a taxa de analfabetismo no Brasil era de 56%, e atualmente é de 7%. No entanto, ainda existem 11,4 milhões de brasileiros com 15 anos ou mais que não sabem ler ou escrever um bilhete simples. Conforme o Censo 2022 IBGE, em Ourinhos há 2.756 analfabetos, e 82.436 alfabetizados.

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Os futuros prefeitos de Ourinhos precisarão se dedicar com mais eficácia ao setor educacional: adotar medidas urgentes e eficazes para reverter essa tendência negativa; investimentos em infraestrutura escolar, formação e capacitação de professores, programas de alfabetização e ações de incentivo à leitura e escrita são apenas alguns dos caminhos que podem ser trilhados. Somente com um compromisso firme e uma visão de longo prazo, a cidade poderá superar seus desafios educacionais e oferecer melhores oportunidades para seus habitantes.

Para o IBGE, é considerado analfabeto quem não consegue ler ou escrever um simples bilhete ou carta.

OUTROS DADOS IMPORTANTES DIVULGADOS HOJE PELO IBGE

-“A alfabetização é de responsabilidade dos municípios e está diretamente relacionada aos recursos que os municípios têm para investir em educação. A taxa de analfabetismo é menor nos municípios acima de 100 mil habitantes porque eles dispõem de mais recursos e infraestrutura para educação, além de outros fatores como localização, idade média e áreas urbanas ou rurais”, ressalta A Dra. Betina Fresneda, analista do IBGE.

– Taxa de analfabetismo entre pretos e pardos é mais que o dobro da registrada entre brancos. O problema afeta 10,1% dos pretos, 8,8% dos pardos e 4,3% dos brancos. Para cor ou raça indígena (16,1%), quase quatro vezes maior que a de brancos.

– O analfabetismo também atinge mais a camada mais velha da população. Em 2022, o grupo de 15 a 19 anos atingiu a menor taxa de analfabetismo (1,5%) e o grupo de 65 anos ou mais permaneceu com a maior taxa: 20,3%. De acordo com o IBGE, isso indica que as gerações mais novas estão tendo maior acesso à educação.

– A taxa de alfabetização do Censo para pessoas de 15 anos ou mais também retrata desigualdades regionais. Apesar do aumento de 80,9% em 2010 para 85,8% em 2022, a alfabetização da região Nordeste permaneceu a mais baixa. Sul e Sudeste têm taxas de alfabetização acima de 96%. Centro-Oeste tem 94,9% e Norte 91,8% de suas populações capazes de ler e escrever. “Mesmo que você atribua um porcentual das receitas de Estados, Municípios e União para educação, a disponibilidade de recursos é muito diferente entre as regiões”, pontua Betina Fresneda, analista do IBGE.

– Municípios entre 10.001 e 20 mil habitantes têm a maior taxa média de analfabetismo: 13,6%. O dado é mais de quatro vezes a taxa dos municípios acima de 500 mil habitantes (3,2%).

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