Mulher relata dias de agonia pela incerteza sobre contaminação do marido

Imagem ilustrativa - Internet

Demora no resultado de exame para a Covid-19 ajuda a espalhar o vírus. Ontem Ourinhos registrou 40 novos testes positivos.

O último Boletim emitido pela Prefeitura de Ourinhos na noite de ontem, terça-feira, contabilizou 781 pessoas contaminadas pelo novo coronavírus. A Santa Casa de Ourinhos informou que não possui mais nem um leito de UTI disponível.  Tem gente apavorada, mas uma grande parcela da população parece anestesiada pelo longo tempo exposta a notícias desse tipo, e acaba relaxando nos cuidados quanto ao isolamento.

Contrariando o Decreto do governo do Estado de São Paulo sobre o Plano SP de flexibilização o prefeito Lucas Pocay (PSD) manteve, desde o início de junho, várias atividades consideradas não essenciais em funcionamento. A Prefeitura está muito longe de conseguir fiscalizar ou multar pessoas que se aglomeram em praças, festas ou bares. Assim segue o baile, com o vírus à vontade, contaminando cada vez um número maior de ourinhenses. Parte da população não colabora e realiza festas clandestinas, relutando até em usar a máscara em locais públicos. O prefeito não se manifestou sobre a situação que se agrava a cada dia, mesmo com o colapso das UTIs.

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Nas famílias onde alguém se contamina, as dificuldades são imensas. Como manter isolado um paciente que mora em casa pequena com várias pessoas e um único banheiro? A agonia pela demora no resultado do exame provoca muita aflição, como é o caso de D.C, que pediu que não divulgássemos seu nome verdadeiro. O motivo? O marido, suspeito de estar com Covid-19, tem amigos próximos do prefeito, e teme perder o emprego se a mulher contar o que estão passando.

“Ele fez o exame no dia 13 de julho. O resultado sairia em 5 dias, passou para 7, depois para 10 e agora para 12! Estamos angustiados sem saber se já estamos todos contaminados ou não, pois nossa casa é muito pequena”, conta. 

Além do medo de contaminar os dois filhos, a mulher e a sogra que é do grupo de risco e moram na mesma casa, o marido de D.C. conseguiu um atestado para afastamento do trabalho por 7 dias, e enquanto o resultado não sai, ele precisa ir à UBS próxima de sua casa para buscar atestados médicos e continuar em isolamento.  “Se ele estiver infectado acaba tendo contato com mais pessoas indo no Posto”, denuncia a mulher.

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A revolta da família é pela demora na divulgação do resultado do teste de coronavírus:  “Mandaram meu marido para casa. Podiam ao menos agilizar o processo , isso não é brincadeira. Hoje completa 10 dias aguardando e estou cansada de ligar ou ir pessoalmente ao Postão. Não durmo de preocupação, temo pela minha mãe e filhos. Minha casa é pequena, isolamento é quase impossível”, lamenta.  Além da demora, D.C. afirma que recebe informações desencontradas: “Ligo no Upa, mandam ligar em outro lugar, depois em outro, depois pedem para ligar no UPA de novo…será que as autoridades já ouviram falar em logística? Precisa agilizar e ter protocolo até para as informações que passam, isso é negligência”, denuncia.

A angústia pela falta de respostas pode agravar um outro problema que é comum entre os brasileiros, a automedicação. “Se a gente soubesse que demorava tanto, teríamos feito o exame particular. Ele tomou azitromicina por conta”, diz D.C.

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