Muito se fala hoje sobre liberalismo como forma de ‘escapar do socialismo’, ‘vencer o comunismo’, ‘adotar o liberalismo para não virar Cuba e Venezuela’, e por aí vão os diagnósticos de alguns ‘especialistas’.
Bem, liberalismo é a defesa das liberdades individuais como fator da boa sociedade. Ou seja, aquela na qual as pessoas podem, tanto quanto possível, viver de acordo com seus diferentes valores e interagir pacificamente com os demais. Daí precede a ideia de Estado Mínimo, pois o mesmo não dirige as liberdades das pessoas, inclusive na economia. Escola, segurança, estradas, não são as que o governo oferece, tudo é livre para que o cidadão faça sua escolha sobre como utilizar. Os indivíduos vêm antes da consideração abstrata da coletividade, ou de alguma concepção da sociedade como um todo orgânico.
Sendo assim, há o entendimento de que a economia de mercado, aquela baseada na propriedade privada, liberdade de preços e de iniciativa, é a engrenagem básica do progresso.
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Entretanto, a liberdade individual vai além da liberdade econômica. Ela depende também, por exemplo, de regras e instituições que impeçam a concentração extrema de poder. Nada é mais perigoso ao poder constituído do que mentes e vozes livres.
O que vivemos hoje no Brasil é algo antagônico. No Ministério da Economia, existem algumas pautas de liberdade econômica (Reforma da Previdência, Reforma Tributária, MP da Liberdade Econômica). Na política, assistimos ao ataque incessante a toda e qualquer instituição ou pessoa não alinhada a um projeto hegemônico de poder. O Presidente da República é aprovado por 30% da população, e fala apenas para esta fatia ouvir. Para o restante, sobram ataques.
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A crença vigente é baseada em teorias da conspiração. Nela, instituições basilares de informações na sociedade, como imprensa, universidades, acesso a dados e evidências empíricas, mentem e enganam a população constantemente.
A liberdade no Brasil está sob ataque e muitos que se proclamam liberais já aderiram de corpo e alma a um projeto de destruição dessa liberdade de pensar e agir (menino veste azul e menina veste rosa).
Não há nada de liberal em um país onde Instituições de pesquisa serias, como INPE e Fiocruz, são contestadas e desautorizadas pelo governo. Não há nada de liberal em um país onde o debate de ideias virou ódio. Não há nada de liberal em um país onde o Censo Demográfico não viabiliza mais questões como movimentos migratórios, por exemplo.
O objetivo é claro: submeter o país a um projeto de poder total em benefício de poucos, coisa que na filosofia política clássica recebia o nome de tirania.
O liberalismo, curiosamente, nasceu justamente no combate a isso.
Liberal na economia e conservador nos costumes. Como isso se daria? Uma sociedade que se diz liberal decide os costumes de seus cidadãos, dizendo a eles como se comportar?
Isso tem outro nome: é Autoritarismo.
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