Flávio Moraes – um homem com política nas veias

Curta o JornalBiz no Facebook Instagram Twitter YouTube



por Neusa Fleury

Morreu ontem em Ourinhos aos 75 anos Flávio D´Affonseca Moraes. Figura atuante na política ourinhense durante muitos anos, ele foi militante e presidente do antigo MDB e chefe de gabinete de três prefeitos diferentes: Esperidião Cury (1982-1988), Clóvis Chiaradia (1989-1992) e Toshio Misato (1997-2000).

Clique e saiba mais

Flávio era neto de Álvaro Ferreira de Moraes, que comprou terras nesta região em 1918. A área compreendida hoje pelas vilas Boa Esperança, Moraes, Operária, Parque Minas Gerais e Jardim São Carlos pertenciam à chamada Fazenda Santa Maria, de sua propriedade.  Foi ali que Flávio nasceu, em 1943, filho de Paulo Ribeiro de Moraes e Myriam Luce D´Affonseca.

Nesta foto, durante homenagem a Álvaro Ferreira de Moraes na Santa Casa (29-12-1946), vemos o casal Paulo Moraes, a esposa Mirian D’Affonseca (professora de educação física do Ginásio Estadual Horácio Soares) e o filho Flávio; Antônio Luiz Ferreira; Domingos Camerlingo Caló (vereador), Telesphoro Tupiná (vereador) e o fotógrafo Frederico Hahn. | Fonte: Blog Memórias Ourinhenses

Estudou alguns anos no Grupo Escolar “Jacintho Ferreira de Sá”, que funcionava onde hoje é a Diretoria de Ensino, e depois foi para Rio Claro para um colégio interno de tradição alemã. Concluiu o ensino médio em São Paulo, e cursou direito na Universidade Mackenzie.




A participação na política aconteceu cedo, quando trabalhou na campanha a vereador do tio Roberto Gusmão, em 1962. No período da ditadura militar, Flávio fazia parte do grupo de jovens ourinhenses que frequentava a casa do advogado Dr. João Bento, lugar onde a política podia ser discutida com liberdade. Eram seus colegas à época Euclides Rossignoli, Jefferson Del Rios e outros jovens contrários ao regime.

Em 2010, aniversário de 67 anos, com o amigo Lu Olivato, a irmã Maria Emília e a esposa ‘Mirinha’. | Foto: Bernardo Fellipe Seixas

Em 1970 Flávio casou com sua prima Myriam Dulce Ferreira de Sá, filha caçula do casal Olavo Ferreira de Sá e Jenny (Olavo é filho de Jacintho Ferreira de Sá, considerado fundador da cidade).

Durante dois anos, na gestão do prefeito Esperidião Cury, Flávio trabalhou como chefe de gabinete.  Em 1984 resolveu aceitar a proposta para ser assessor do ex-governador André Franco Montoro, onde tinha contato com prefeitos do interior do Estado. Depois disso, de volta a Ourinhos, exerceu função política no antigo Escritório Regional de Governo, e foi importante articulador como presidente do MDB.




Em 1988, Flávio participou ativamente da campanha que elegeu o médico Clóvis Chiaradia, sucessor de Esperidião, e foi seu chefe de gabinete e conselheiro político. A pressão no trabalho e as cobranças políticas acabaram provocando problemas de saúde que comprometeram os anos que se seguiram.  Sua última experiência política foi durante a primeira gestão do prefeito Toshio Misato (1997-2000).

Inteligente e perspicaz, Flávio tinha personalidade marcante. | Foto: Neusa Fleury

Sua participação política durante décadas deixou marcas e rendeu apelidos como “Bruxo” ou “Ravengar”, uma alusão ao personagem de Antônio Abujanra na novela “Que rei sou eu?”, exibida na TV Globo.

Construiu candidaturas, articulou nomes, impôs um jeito de se fazer política que ainda hoje é invejado e imitado. Dono de personalidade marcante e autêntica, Flávio pagou um preço alto, mas protegeu e foi fiel à ideia de organização e manutenção de um grupo.

Flávio D´Affonseca Moraes deixa os filhos Carolina e Paulo; os irmãos João, Sylvia e Maria Emília e a esposa Mirinha.

CURTA O JORNAL BIZ NO FACEBOOK
Instagram @JornalBiz
Twitter @jornal_biz