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por Bernardo Fellipe Seixas
Instituto Tiradentes, que oferece prêmios para prefeitos e vereadores, é denunciado pelo Ministério Público
A edição do Fantástico de ontem (5), denunciou uma rede de empresas que fraudam diplomas e medalhas para prefeitos, vereadores e secretários municipais em todo o país.
O prefeito de Ourinhos, Lucas Pocay (PSD), recebeu por diversas vezes medalhas e diplomas oferecidos pelo Instituto Tiradentes, com sede em Minas Gerais, uma das empresas investigadas. Em 14 de julho de 2013 o então vereador Lucas Pocay anunciava que receberia a Medalha Tiradentes pela “quinta vez consecutiva”, por seu trabalho na Câmara.
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Em 15 de julho deste ano, em sua página no Facebook, Pocay anunciou que vai receber novamente uma láurea oferecida pelo Instituto, desta vez a “Medalha Alferes Tiradentes – colar Ouro – conferida apenas aos políticos que possuam ilibada idoneidade moral e relevantes serviços prestados em prol da comunidade”. Pelo visto o prefeito de Ourinhos é freguês antigo, mas outros políticos da cidade também receberam a honraria: O vereador Alexandre Zoio (PRB) por duas ocasiões (2015 e 2017) e o vereador Caio Lima (PSC) em 2017.
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O Jornal Biz publicou em 22 de junho matéria a respeito de um prêmio que Pocay recebeu na Eslovênia, pela “gestão sustentável”, oferecido por uma empresa especializada nesse tipo de trabalho. A Prefeitura pagou R$ 16.155,00 para a inscrição no evento, mas o prefeito realizou depósito ressarcindo esse valor para os cofres públicos. Nas redes sociais surgiu a denúncia de que as despesas com a viagem podem ter sido custeadas através de diárias de viagem retiradas em nome da secretária do prefeito.
Em novembro de 2017, o prefeito esteve no Peru para receber um prêmio pelo “uso da tecnologia e inovação como instrumentos de inclusão social e economia”, também oferecido por uma empresa que se dedica a esse tipo de atividade.
A matéria do Fantástico (veja na íntegra ao final do texto) denunciou a União Brasileira de Divulgação (UBD) e o Instituto Tiradentes. O Tribunal de contas do Rio Grande do Sul mostrou que o Instituto Tiradentes recebeu R$116 mil em três eventos realizados no Estado, que a empresa chama de “seminários”. Nos eventos os políticos receberam diplomas de “legislador mais atuante” ou “prefeito mais atuante”. Os políticos pagam inscrições e despesas com viagem usando recursos de Prefeituras ou Câmaras Municipais.
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Fernando Vieira da Cunha, dono da UBD, sem saber que estava sendo gravado, disse ao repórter do Fantástico que a seleção é feita através de pesquisa interativa: “uns 10 telefonemas… e aí fazemos um seminariozinho só pra dar uma maquiada”.
Fabiano Dallazen, Procurador Geral de Justiça do Rio Grande do Sul, afirmou na entrevista ao Fantástico: “Esses seminários são uma maneira de vender melhor o evento, para maquiar a falcatrua e o conluio que existe entre as empresas e o agente público”. Segundo o promotor, a escolha dos premiados é feita entre “aqueles prefeitos que se dispõem a custear com verba pública o lucro da empresa que promove esse falso evento e também a promoção pessoal que o prefeito vai fazer de si mesmo”.
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Valtuir Pereira Nunes, auditor do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul denuncia a fraude nas pesquisas: “A empresa diz que o prêmio é atribuído em decorrência de uma pesquisa telefônica feita aos eleitores da cidade. Mas a pesquisa não tem comprovação de ter realmente existido nem critério científico para os resultados. Isto revela a fraude”. E conclui: “Esses eventos visam somente a promoção pessoal dos políticos e o lucro das empresas, e são pagos com dinheiro público. Não existe nenhum benefício para a população”. O Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul vai investigar o Instituto Tiradentes.
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A matéria do Fantástico mostra a que ponto pode chegar a enganação. Um repórter mandou uma mensagem para um celular da União Brasileira de Divulgação (UBD), e fechou a compra da medalha e do diploma de prefeito “Gestor nota 10, classificado na Pesquisa Nacional de Utilidade Pública entre os 100 melhores do país”. O repórter deu o nome de um jumento (Precioso) como sendo de um prefeito, e pagou o valor de R$1.480,00 referentes à inscrição.
Como resultado, no final da matéria do Fantástico aparece o jumento ostentando a medalha e o diploma com seu nome exibido, comprovando que até jumento é capaz de receber esse tipo de prêmio.
Veja abaixo a reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo.
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