por Bernardo Fellipe Seixas
Falta de água gera situações constrangedoras para comerciantes e funcionários
Nos últimos quatro anos, o problema da falta d’água piorou muito em Ourinhos, e tem atormentado a vida dos moradores, especialmente nos dias mais quentes. Uma rápida visita às redes sociais e o drama ourinhense está lá escancarado diariamente, com centenas de reclamações.
Isto só não acontece na página do prefeito Lucas Pocay (PSD) no Facebook, onde comentários divergentes da palavra do político são excluídos, perfis são bloqueados, e dezenas de publicações prometem, reiteradamente, o fim da falta de água com a construção da nova ETA.
Após 1.385 dias de mandato, fica difícil acreditar nas promessas do prefeito, ainda mais quando diz que apenas uma nova estação de tratamento pode resolver a calamidade ourinhense. O prefeito não fala em novas redes de distribuição, em como sanar as perdas de água potável que acontecem por toda a cidade e muito menos em ações para recuperar matas ciliares, nascentes ou tentar recursos para aumentar a calha dos rios, cada dia mais assoreados.
Lucas Pocay está em campanha pela reeleição, e prometer é fácil. Vemos que atualmente outras cidades estão fazendo racionamento de água. Mas o problema de Ourinhos não vem deste ano. Se em quatro anos as iniciativas para resolver a falta d’água foram basicamente aumentar a tarifa e culpar gestões passadas e pessoas que lavam calçadas, será que se for reeleito, Pocay vai resolver?
O constante desabastecimento gera situações constrangedoras para comerciantes, funcionários e clientes. Na manhã de hoje o Jornal Biz recebeu reclamação de falta d’água em uma grande loja de vestuário do centro da cidade. Com o desabastecimento, o uso do banheiro nas lojas precisa ser negado, criando situações complicadas. Sem contar que a falta do líquido precioso diminui as chances da vinda de novas indústrias para a cidade. Assim que ficam sabendo do problema, as iniciativas são levadas para outros municípios onde a água não falta.
A cidade tem crescido em novos condomínios, com construções autorizadas pela Prefeitura. O fato poderia ser motivo de contentamento, não fosse o grave problema da falta d’água. Com a costumeira falta de transparência que acompanha as iniciativas do poder público ourinhense, não se tem notícia se as redes de abastecimento e de captação de água darão conta do aumento no número de residências que estarão ocupadas em breve, ou se teremos que conviver com situação ainda pior. Em sua campanha eleitoral o prefeito promete água para uma cidade de 230 mil habitantes. Enquanto isso os atuais 115.813 moradores de Ourinhos sofrem com as torneiras secas.
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