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por Bernardo Fellipe Seixas / Jornal Biz – Conteúdo atualizado em 05/08/2024
Dentre os quatro nomes cotados como vices dos pré-candidatos a prefeito anunciados, apenas Alexandre Zóio já foi testado nas urnas
Foi-se o tempo em que o posto de vice em chapas de candidatos a prefeito, governador, senador e presidente era considerado algo figurativo na política brasileira. Nas últimas décadas, os “reservas” vêm ganhando espaço, assumindo posições de destaque desde as campanhas eleitorais. Em 1985, com a morte de Tancredo Neves, José Sarney foi empossado presidente. Em 1992, Fernando Collor foi alvo de impeachment, e Itamar Franco assumiu a cadeira presidencial. O mesmo ocorreu em 2016, com o processo que culminou no golpe contra a presidente Dilma Rousseff e colocou Michel Temer no comando do governo federal.
Além desses casos famosos na Presidência da República, os vices também têm desempenhado papéis preponderantes nas eleições paulistas. Em 2017, João Dória assumiu o cargo de prefeito de São Paulo, deixando-o após apenas um ano e três meses para concorrer ao governo do estado. Vencedor nas eleições de 2018, deixou o Palácio dos Bandeirantes em 2022 nas mãos de seu vice, Rodrigo Garcia, sonhando com a cadeira presidencial.
VICES COM HISTÓRIA NA POLÍTICA OURINHENSE
No ano de 1969, a ditadura militar cassou o mandato do prefeito Lauro Migliari, empossando como prefeito de Ourinhos seu vice, Mituo Minami. Em 1999, Dr. Clóvis Chiaradia assumiu o governo interinamente após a justiça afastar do cargo, temporariamente, o então prefeito Toshio.
Nos últimos 40 anos, alguns vice-prefeitos chegaram ao comando principal da Prefeitura, mas não pela desistência dos mandatários. Eleito prefeito para três mandatos, Toshio Misato iniciou na vida pública em 1988 como vice do saudoso Dr. Clóvis Chiaradia. Antes de ser eleita prefeita em 2012, Belkis Fernandes foi vice de Toshio por dois mandatos.
Nas eleições de outubro próximo, com quatro pré-candidatos já confirmados para disputar a prefeitura, a definição dos vices é primordial para a análise do potencial eleitoral, de marketing e da formação das coligações partidárias. Cotado para ser vice de Guilherme Gonçalves (Podemos), o ex-vereador Alexandre Zóio (PL) é o único que já foi testado nas urnas ourinhenses.
Alexandre Zóio: um vice bom de voto
Alexandre Araújo Dauage, conhecido como Alexandre Zóio, nasceu em Ourinhos há 41 anos, é casado, pai de Alexandre e aguarda a chegada da primeira filha para o próximo mês. Formado em Direito pela Fundação Eurípedes Soares da Rocha, atual Univem, disputou duas eleições sem sucesso (2004 e 2008) para a Câmara Municipal, até ser eleito vereador em 2012. Em 2016, foi o vereador mais votado da cidade e conseguiu a reeleição em 2020, sendo o segundo com mais votos. Nas eleições de 2018, foi candidato a deputado federal, conquistando 6.794 votos em Ourinhos, totalizando 11.022 votos em todo o estado de São Paulo.
Zóio esteve na Câmara de Ourinhos até fevereiro de 2023, quando teve o mandato cassado em virtude de processo sofrido pelo seu partido, o Republicanos. A ação foi movida pelo PSD, partido de Lucas Pocay, que alegou “fraude na cota de gênero, com o uso de candidaturas femininas fictícias apenas para cumprir a norma (cota) eleitoral”.
Bem articulado com vários segmentos da população, Alexandre Zóio tem um eleitorado cativo, formado em grande parte por sua numerosa base de amigos. Durante 15 anos, atendeu voluntariamente, como advogado, famílias com alunos na APAE de Ourinhos. Com histórico ligado a partidos de direita, o ex-vereador passou por três siglas, PMN, PSL e Republicanos, até se filiar ao seu atual partido, o PL. Apesar de estar no núcleo do bolsonarismo, Zóio é tido como um político de conciliação e alheio a questões polêmicas. Durante a campanha, Alexandre deve desempenhar um papel importante na articulação partidária, além de abrir agendas para Guilherme junto a setores das classes econômicas A e B e com o eleitorado mais jovem.
Ana Paula: uma vida pela educação
Ana Paula Temistocles Augusto é indicada como vice na chapa do pré-candidato a prefeito Mário Ferreira (Rede Sustentabilidade/PSOL). Casada e mãe de uma menina, ela tem 42 anos e vive em Ourinhos desde 1.999. Nunca ocupou cargo político e vai disputar sua primeira eleição.
Apaixonada pelos estudos, Ana Paula trabalhou no comércio de Ourinhos para bancar seu curso superior. Ela se formou em Geografia pelas Faculdades Integradas de Ourinhos, atual Unifio, e lecionou em escolas estaduais de Ourinhos de 2006 a 2018.
Atualmente, Ana Paula é professora concursada do estado do Paraná, dá aulas em Jacarezinho e é especialista em educação inclusiva. Com histórico de participação na Apeoesp por mais de 10 anos, Ana também foi dirigente sindical da Associação de Professores do Paraná. Filiada ao PSOL, a companheira de chapa de Mário Ferreira defende pautas alinhadas ao campo progressista e aos partidos de esquerda, principalmente na área da educação.
Professora Marilda: educação e justiça social
Natural de Palmital, Marilda Cristina Romualdo tem 60 anos de idade, mas leciona em escolas de Ourinhos e região desde 1985. Moradora do Jardim Eldora, ela é casada com o também professor Marcos Correa, com quem tem dois filhos. Marilda vai participar das eleições como candidata pela primeira vez, mas é filiada ao PT desde 1999.
A formação profissional de Marilda é bastante completa. Em 1981 concluiu habilitação em Contabilidade, em 1984 formou-se em Licenciatura em Ciências e Matemática, e em 1986 em Pedagogia. Em 2007 concluiu pós graduação “Lato senso” em Gestão Educacional na Unicamp.
Professora de matemática, ela também foi diretora em algumas escolas e supervisora de ensino na Diretoria Regional. Em Ourinhos, Marilda atuou nas Escolas Estaduais Dias Negrão, Domingos Camerlingo Caló, Horácio Soares, Justina de Oliveira Gonçalves, Maria do Carmo Arruda de Oliveira e José Augusto de Oliveira.
A assessoria do pré-candidato Caio Lima não retornou ao pedido de informações enviado pelo Jornal Biz. Seu vice será o médico Dr. Ferreirinha, que já ocupou o posto de “reserva” do prefeito Lucas Pocay na gestão 2017-2020. Paulo César Ferreirinha Testa tem 63 anos, é bolsonarista “de carteirinha” e nas redes sociais diz ter como ideais “Deus, Pátria e Família”. Esteve filiado ao PL até recentemente, quando migrou para o MDB.
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