Cidades da região vão mal em índice de sustentabilidade da ONU

Esgoto clandestino atingiu o rio Pardo, em 2019, em Ourinhos | Imagem: Reprodução TV Tem (2019)

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por Bernardo Fellipe Seixas/Jornal Biz

Bernardino de Campos é o único destaque positivo, alcançando o 40º lugar entre os 5.570 municípios brasileiros. Canitar, Salto Grande e Campos Novos Paulista tiveram os piores desempenhos.

O Instituto Cidades Sustentáveis divulgou no último domingo (6) o resultado do levantamento feito nas cidades brasileiras para o ano de 2023. Em nossa microrregião, Bernardino de Campos e Santa Cruz do Rio Pardo obtiveram bons resultados, enquanto Salto Grande, Canitar e Campos Novos Paulista tiveram as piores notas. Ourinhos ficou no 431º lugar, com pontuação bem abaixo de municípios do mesmo porte como Assis (58º), Botucatu (193º) e Votuporanga (194º).

O Índice de Desenvolvimento Sustentável nas Cidades (IDSC-BR) avalia 100 indicadores para definir o desempenho das cidades no cumprimento dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável estabelecidos pela ONU em 2015. Entre eles estão erradicação da pobreza e da fome, promoção de saúde, educação, saneamento e redução de desigualdades. A meta deve ser cumprida pelos países até 2030.




A Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) surgiram em 2015 como um grande pacto supranacional para o enfrentamento dos principais desafios globais. Assinado por autoridades dos 193 Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU), incluindo o Brasil, o acordo logo se apresentou como uma ambiciosa agenda comum para nações de todos os continentes.

Segundo a análise de dados do Instituto, Ourinhos precisa melhorar o ambiente de parcerias públicas e privadas para a implementação de objetivos, apontando o baixo investimento público como principal fator. Outros problemas apontados foram em indicadores de paz, justiça e instituições eficazes, com base em informações quanto ao respeito dos direitos humanos, combate à exploração sexual, tráfico de drogas e violência. A melhor avaliação foi no quesito de “proteção à vida marinha”, com base em dados fornecidos pelos órgãos públicos quanto ao tratamento de esgoto antes de chegar a rios e córregos.

Poda drástica em árvores é situação comum em Ourinhos, com a conivência da Prefeitura | Foto: Assessoria Câmara Ourinhos (2023)

Menos de 1% dos municípios atingiu alto nível de desenvolvimento; nenhum muito alto. Bernardino de Campos foi a única cidade da região a alcançar mais de 60 pontos na avaliação, o que significa um “alto índice de desenvolvimento sustentável”. Oferta de água potável, infraestrutura em saneamento, energias renováveis e acessíveis, produção e consumo sustentável, saúde de qualidade e tratamento de esgoto foram os pontos mais bem conceituados. No entanto, Bernardino deve investir com urgência na erradicação da fome, onde obteve menos de 50 pontos, nota considerada baixa.

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O Instituto possui um documento disponível online onde prefeitas e prefeitos de todo país podem confirmar seu engajamento sustentável assinando um termo chamado “Carta-Compromisso do Programa Cidades Sustentáveis”. Na região, apenas o prefeito Marquinho Pinheiro, de São Pedro do Turvo, assumiu o desafio. Em todo o país são 280 cidades.




Para Jorge Abrahão, coordenador do Instituto, o Brasil piorou desde 2016. “O que aconteceu nos últimos sete anos foi um retrocesso em muitas áreas: o país voltou ao mapa da fome, aumentou o desemprego. Ao mesmo tempo, segue com uma violência muito grande, problemas na educação e saúde. Isso é refletido nos dados”. Abrahão destaca que as questões ligadas à pobreza e à fome mostram que o Brasil “ainda tem muito a avançar.” “Não tem muita justificativa um país tão rico ter esses problemas que a gente tem”, declarou Abrahão ao jornalista Carlos Madeiro, do UOL.

O Brasil também tem desafios para o cumprimento das metas de educação — como a retenção dos alunos no ensino médio —, climáticas e de equidade de gênero e violência contra a mulher. Neste último, os índices estão muito baixos e distantes dos objetivos fixados pela ONU.

Das dez cidades com melhores índice, oito estão em São Paulo. | Jornal Biz – Portal de Conteúdo
  • O nível de desenvolvimento da maioria das cidades brasileiras retrocedeu ou ficou estagnado nos últimos sete anos. De acordo com o documento:
    Os índices pioraram em 2.259 municípios.
    Ficaram estagnados em 2.569 municípios.
    Melhoraram em apenas 742 municípios.




  • A média nacional foi de 46,85 — num índice que varia de 0 a 100. O resultado aponta para um país com “baixo desenvolvimento”.

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