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por Bernardo Fellipe Seixas
Os ourinhenses já se acostumaram com a presença de artistas nos cruzamentos nas ruas da cidade, principalmente malabaristas. Muitos são estrangeiros, principalmente vindos de países vizinhos.
Durante a pandemia, uma das áreas mais afetada foi a cultura, com a suspensão de shows, fechamento de teatros, cinemas e casas noturnas. Apesar disso tudo, o vereador Roberto Tasca (MDB) apresentou o Projeto de Lei 71/2021, proibindo a apresentação de malabaristas com objetos cortantes ou fogo nos cruzamentos, alegando que podem causar acidentes. Para seu requerimento, o vereador não apresentou pesquisas ou dados sobre acidentes causados pelo trabalho dos artistas. A cidade, que já foi referência em cultura, vive um marasmo na área, e o motivo não é só a pandemia, mas a não realização de projetos capazes de motivar artistas e atrair pessoas, mesmo que virtualmente.
Que o Brasil vive um retrocesso cultural não há dúvidas, e a Câmara de Ourinhos é prova disso. Recentemente os vereadores rejeitaram a participação de doulas durante os partos nos hospitais e maternidades da cidade, alegando “competição” com os médicos. Quem é minimamente esclarecido sabe que o trabalho das doulas não compete com a atuação médica, mas dá atenção principalmente a aspectos emocionais da parturiente durante a gravidez e parto.

Vindos da tradição circense, o trabalho dos malabaristas é entreter, criar um suspense, um “frio na barriga” de quem assiste, e são raríssimos os acidentes. Quando se apresentam nas ruas, quem assiste está protegido dentro de um carro, e a possibilidade de acontecer um ferimento ou coisa parecida é muito remota. Em uma rápida pesquisa pela internet, não foi possível encontrar no Brasil nenhum caso de pessoa atingida por objeto de malabarista.

A presença dos artistas na rua quebra a dureza da visão do asfalto e cimento, e a tensão no trânsito. É um momento para apreciar um ser humano que mostra suas habilidades em um trabalho bonito, e que é seu ganha pão.

O autor do projeto parece não gostar de artistas, ou se incomoda com a liberdade de seu trabalho, exercido ao sol ou frio. Talvez prefira que vistam terno e gravata como seus pares do Legislativo, que com certeza aprovarão o projeto, já que José Roberto Tasca faz parte da base governista que é maioria na Câmara de Ourinhos.
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