Bolsonaro quer fim da obrigatoriedade de máscaras e volta a mentir sobre vacina

Foto: Pedro Ladeira

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Presidente voltou a mentir sobre eficácia das vacinas e fazer ataques a CoronaVac

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que “pede a Deus” e “torce” pela efetividade das vacinas contra a covid-19, mas insiste em dizer que “há alguns imunizantes que “não estão dando certo”. Ao comparar vacinas com o “tratamento precoce”, o chefe do Executivo afirmou que ambos são experimentais e estão sendo usados de forma emergencial. Segundo ele, nesta segunda-feira, dia 23, ele vai se reunir com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para discutir a desobrigação do uso da máscara. As declarações foram dadas em entrevista à Rádio Nova Regional, do Vale do Ribeira (SP).

Segundo ele, o País deve aprender a conviver com o vírus e, por isso, será debatida, mais uma vez, a obrigatoriedade do uso de máscara. Na semana passada, Queiroga afirmou que não defende o uso obrigatório do acessório. “Talvez tenha uma data a partir de hoje”, afirmou Bolsonaro sobre o uso facultativo da máscara. Apesar da pressão em cima do ministro, o presidente enfatizou que, pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), governadores e municípios podem manter o uso obrigatório. Bolsonaro voltou a dizer que pediu estudo sobre fim da obrigação do uso do acessório.

CoronaVac

O presidente aproveitou o tema para fazer críticas contra seu rival político, João Doria (PSDB), e a vacina da CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan. Segundo ele, pessoas que foram imunizadas com as duas doses do imunizante continuam morrendo pela doença. “Uma chinesa aí”, se referiu o chefe do Executivo, a exemplo da morte do ator Tarcísio Meira. Bolsonaro, então, cobrou pronunciamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Butantan sobre as mortes após as doses. “A população tem direito de saber da real efetividade da vacina”, destacou. Segundo ele, o Brasil deve terminar a imunização antes dos Estados Unidos. Bolsonaro ainda afirmou que vacinas “não têm comprovação científica 100%, ou 99%, apontando que ela dá resultado”, e destacou os efeitos colaterais dos imunizantes.

Segundo publicação do Instituto Butantan feita em 21 de julho, a eficácia global da CoronaVac pode chegar a 62,3% com intervalo entre doses igual ou superior a 21 dias.

Um artigo científico encaminhado por cientistas do Butantan em abril para a revista científica The Lancet mostrou que a eficácia da CoronaVac para casos sintomáticos atingiu 50,7% com 14 dias de intervalo entre as duas doses, mais do que os 50,38% divulgados em janeiro com base nos dados iniciais do estudo clínico de fase 3. Além disso, a eficácia global, que aponta a capacidade que o imunizante tem de proteger em casos leves, moderados ou graves, pode chegar a 62,3% se o espaço entre as duas doses for de 21 dias ou mais.

Os dados fazem parte de um aprofundamento dos estudos clínicos realizados em 2020 com mais de 12 mil participantes, todos profissionais da saúde. A pesquisa foi liderada pelo diretor de ensaios clínicos do Instituto Butantan, Ricardo Palacios. O artigo ainda diz que a eficácia mínima da vacina já aparece na segunda semana depois da primeira dose. Porém, para que a imunização fique completa, é necessário receber as duas doses.

Inicialmente, o estudo clínico de fase 3 indicava que, para os casos moderados e graves, que necessitam de assistência médica, a eficácia da vacina variava entre 78% e 100%. Nos resultados da nova pesquisa, no entanto, o imunizante se mostrou eficaz entre 83,7% e 100% dos casos. Isso significa que a CoronaVac tem a capacidade de reduzir a maioria dos casos que exigem algum cuidado médico.

O artigo ainda sugere que a CoronaVac, imunizante desenvolvido em parceria com a biofarmacêutica chinesa Sinovac, é capaz de proteger contra as variantes P.1 e P.2 do novo coronavírus.

O estudo foi conduzido entre 21 de julho e 16 de dezembro de 2020. Foram 12.396 voluntários em 16 centros de pesquisa brasileiros, e todos receberam ao menos uma dose da vacina ou placebo. No total, 9.823 participantes receberam as duas doses. Não houve óbitos por Covid-19 durante os testes.

Os dados foram divulgados na plataforma de preprints da revista The Lancet e estão em processo de revisão por pares.

Negacionista exemplar, Bolsonaro insiste em posicionamentos irresponsáveis e anticientíficos. Até ontem (22) o Brasil contabilizava 575 mil mortes por Covid19.

Com informações do Estadão e do Instituto Butantan

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