Agressões e ameaças continuam mesmo com o fim das eleições. Menino é agredido em escola de Ourinhos.

Imagem: ONU

As eleições acabaram às 17h do último domingo, mas os ânimos continuam exaltados em vários pontos do Brasil.

Em Ourinhos, um menino de nove anos de idade apanhou dentro da escola por ter dito que sua mãe havia votado no candidato derrotado à presidência Fernando Haddad (PT). A mãe da criança relatou o caso em seu perfil em uma rede social. “Meu filho de 9 anos apanhou de um molequinho só porque eu votei no PT. Não tô brincando, não tô contando história, não tô fazendo vitimismo”, disse ela, que pediu sigilo quanto ao seu nome e do filho. A mãe informa que seu filho relatou que o agressor gritou “aqui é Bolsonaro”, enquanto um grupinho de crianças falava sobre as escolhas de seus pais.

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A mãe do menino disse que seu filho não ficou machucado, porém, o mais triste foi o motivo da briga. “Não temos nem como achar ruim com o outro menino, porque ele deve ouvir e ver esse tipo de situação dentro de casa: ele repete na escola, na rua, o que vivencia em sua casa”.

Mãe de menino agredido fez postagem em rede social relatando o ocorrido. | Imagem: captura de tela Facebook

Segundo reportagem do jornal Folha de São Paulo, especialistas em segurança dizem que as eleições de 2018 foram marcadas pelos casos de violência. Eles lembram que a “rivalidade política causou mortes, lesões e ameaças, além de ataques contra imprensa e políticos”.

Para o sargento da Polícia Militar do Estado de Santa Catarina e presidente da Associação Nacional de Praças, Elisandro Lotin de Souza, a polarização levou pessoas a querem impor verdades à força. “Isso é ruim para todos, pois no dia seguinte teremos que conviver juntos”.

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Um dos casos mais emblemáticos foi o do mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, conhecido como Môa do Katendê. Ele foi morto a facadas em Salvador (BA), por dizer que era contra o então candidato a presidente Jair Bolsonaro. A investigação policial concluiu que Paulo Sérgio Ferreira de Santana assassinou Môa por motivação política. O inquérito foi enviado ao Ministério Público.

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Ainda na reportagem do Estadão, o site Vítimas da Intolerância, das ONGs Open Knowledge Brasil, Brasil.Io e Agência Pública de Jornalismo, totalizou quase 60 ocorrências ligadas às eleições, incluindo 36 homicídios e agressões.

Em outra plataforma, a Violência Política no Brasil, dos portais Opera Mundi, Outras Palavras e De Olho nos Ruralistas, contabiliza 133 agressões por motivos políticos, incluindo oito mortes e 42 lesões corporais.

A maioria envolve ataques de apoiadores de Jair Bolsonaro contra gays, mulheres e pessoas vestindo símbolos da esquerda, como bonés do MST ou camisetas do PT.

Na sexta-feira antes das eleições, a escritora Martha Medeiros fez uma publicação que foi muito compartilhada nas redes sociais. Leia abaixo.

Quando este domingo terminar, metade dos brasileiros estará frustrada e metade estará em festa. Assim funciona a democracia. Mas não vamos deixar que essa polarização se transforme em violência, sarcasmo e boicote. O Brasil continuará em frente, gostemos ou não de quem estiver no comando. Sigamos fazendo nossa parte. Trabalhando com foco, honestidade e extraindo alegria de viver. Governos podem ajudar ou atrapalhar, mas no final das contas, quem constrói nosso futuro somos nós mesmos.

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