Virou moda dizer que é de direita, liberal, defender Estado Mínimo, entre outras ideias similares. É cool, é style, é indie. É longe de Venezuela e Cuba.
Eu entendo que a esquerda, por conta do que praticou de corrupção e de negócios escusos, provocou o tal comportamento.
Não que seja ruim ser de direita. A democracia está aí para isso mesmo. Ideologias diferentes só acrescentam, e o ideal é que haja o debate, não um pensamento único.
A questão é: as pessoas que assim se comportam, sabem realmente o que estão falando?
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Convido você, caro leitor, a fazer um teste com seus amigos, o mesmo que eu fiz. Pergunte àquele seu colega defensor do liberalismo o que é laissez-faire. Espere para ver a cara dele de computador que deu pau. Ele muito provavelmente não saberá o que é. Se você perguntar por WhatsApp, vai dar tempo de ele procurar no Google e ver que é uma expressão em francês que simboliza o liberalismo econômico, na versão mais pura do capitalismo de que o mercado deve funcionar livremente, sem interferência, taxas, subsídios, apenas regulamentando o direito a propriedade.
Pergunte para aquele amigo de direita, que defende que não haja Estado em nada, a não ser em escolinha de criança e polícia, o que ele acha de venderem as empresas estatais, como Correio, e haver monopólio, ou seja, uma empresa apenas prestando o serviço, e então ela colocar o preço que quiser. Ele provavelmente vai responder que é uma ótima oportunidade para você se tornar empresário. E se o assunto for combustíveis, aí dá pra responder: Opa! Vou ali comprar uma plataforma de petróleo e já volto.
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É o caso também de questionar se ele acha que a Amazon irá abrir uma agência de entrega de correspondências no semiárido, ou interior do Piauí. E se abrir, que preço irá cobrar da população local. A resposta será que as pessoas podem ir até a maior cidade vizinha e buscar suas coisas, fazendo como o meu bisavô fazia, quando pegava a carroça e ia da Fazenda que morava até o centro da cidade buscar cartas. Gênio! Ou também questionar se a DHL vai entregar objetos nas favelas, com seus funcionários usando coletes a prova de balas e escolta armada, e se sim, a que custo isso chegaria ao consumidor.
Este seu amigo certamente é aquele que disse: Vamos tirar o PT e ver o que dá!
E quem diz que o novo presidente é liberal, mas claro, se houver uma greve de caminhoneiros ele pode parar de ser, pode intervir nos preços de combustíveis, tranquilo! Afinal, o capitão e sua família ungida sabem tudo!
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Pode ser que ele se solidarize também com a guerreira Luana Piovani, que agora, enfim, pode voltar a postar foto de biquíni! Agora está tudo resolvido!
É o que eu digo: O brasileiro deu para achar que mora na Dinamarca. Pensa que o Brasil é o mundo mágico do interior do Estado de São Paulo e elege um governo que não tem um item como Saneamento Básico em seu programa. Aliás, você conhece alguém que votou no Bolsonaro e que leu o seu programa de governo, disponível no site do TSE? Acho mais provável que tenha lido o que viu na corrente de WhatsApp ou Facebook, não?
Hoje fico por aqui.
Ah, não se esqueça da balinha de hortelã antes da entrevista de emprego.
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