por Bernardo Fellipe Seixas
Ourinhos passa vergonha em ações realizadas para enfrentar a pandemia
Ourinhos vive uma situação de incoerências e contradições. Se, por um lado, a população está temerosa e assustada com as notícias sobre mortes e sucessivas desativações de leitos de UTI pela Santa Casa em plena pandemia, por outro lado o prefeito Lucas Pocay (PSD) se vangloria do “seu” Hospital de Campanha já ter feito mais de 2 mil atendimentos para contaminados pelo vírus.
Nesta semana, usando seu secretário de saúde Donay Filho como porta-voz, Pocay criticou o governo do Estado por não enviar recursos para ajudar a custear o Hospital de Campanha. Há duas semanas ele tem ameaçado fechar a unidade por falta de dinheiro para sua manutenção. O valor reivindicado do governo estadual é de R$7 milhões.
Vamos raciocinar: Se a cidade fosse mesmo referência no enfrentamento à Covid como diz reiteradamente o prefeito, o melhor seria que o número de contaminados diminuísse com medidas preventivas, desafogando os hospitais, e não que ele se orgulhasse do número de doentes atendidos.
O Boletim Covid divulgado diariamente não deixa dúvidas: Somamos 13.802 ourinhenses contaminados pelo coronavírus, 368 mortos, e esse número só aumenta. E o que tem feito o prefeito para diminuir essa triste informação que recebemos todos os dias? Adotou medidas restritivas? Ofereceu amparo aos comerciantes e empresários? Investiu em campanhas educativas? Reforçou a fiscalização e punição para quem participa ou incentiva aglomerações? Restringiu de alguma forma as possibilidades de aglomeração? A resposta é negativa, e enquanto os números só aumentam, o prefeito, orgulhoso, continua divulgando que o Hospital Covid atende em média 100 pessoas por dia.
A realidade é que uma parcela expressiva da população não colabora, não adotando as medidas simples que evitam a contaminação, como evitar aglomerações, usar máscara e higienizar as mãos constantemente. Porém, culpar as pessoas não resolve o problema, é preciso informação de maneira intensa, campanhas efetivas utilizando todas as mídias. E punição para os faltosos, porque é assim que funciona no mundo todo.
O raciocínio é matemático: Se não temos leitos de UTI, se faltam recursos para custear o Hospital Covid, se o mercado não oferece insumos e medicamentos para aquisição como é necessário, é preciso colocar em prática ações que visem diminuir o número de pessoas contaminadas.
Se Ourinhos fosse mesmo referência no combate à Covid, o número elevado de atendidos no Hospital de Campanha seria motivo de vergonha e não assunto para se vangloriar em redes sociais.
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