Uma enquete lançada hoje pela Prefeitura de Ourinhos perguntando se os moradores concordam ou não com a abertura do comércio em tempos de pandemia revela a fragilidade da opinião do prefeito Lucas Pocay (PSD) sobre o assunto. A enquete, apresentada em papel timbrado da Prefeitura, foi postada em sua página pessoal.
Pouco antes do governador João Dória (PSDB) emitir decreto proibindo a abertura do comércio em todo o Estado, Pocay publicou uma live no Facebook em que manifestava contrariedade com a atitude, preocupado com a economia do município, apesar de saber do risco de morte a que se exporiam as pessoas se o isolamento fosse rompido.
Matéria publicada nesta tarde no UOL informa que prefeitos de todas as regiões do Brasil, reunidos na Frente Nacional de Prefeitos (FNP) estão se preparando para processar judicialmente o presidente da República, por defender o final do isolamento com a veiculação da campanha “O Brasil não pode parar”.
Ontem o prefeito de Milão, na Itália, Giuseppe Sala, pediu desculpas à população por ter apoiado campanhas para a cidade não parar (Campanha Milão não para). Quando a campanha teve início, há um mês, a região tinha 250 pessoas infectadas e 12 mortes; hoje casos passam de 37.298 e as mortes de 5.402.
Na contramão do que diz a OMS – Organização Mundial da Saúde – e apesar do exemplo das tragédias acontecidas na Itália, Espanha e agora em Nova Iorque, o prefeito de Ourinhos titubeia em exigir que as pessoas fiquem em casa, pressionado por comerciantes e empresários. A falta de convicção está explícita na pesquisa postada em sua página pessoal na rede social, extremamente mal feita e sem critérios científicos que possam fazer uma avaliação correta.
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E se a população escolher a abertura do comércio, o prefeito vai “afinar”? Vai deixar de ouvir os técnicos, médicos e demais profissionais que orientam para que as pessoas não saiam para a rua? Sem esquecer que temos um vice-prefeito médico, o Dr. Ferreirinha, que deveria ser ouvido neste momento.
A informação a respeito do Coronavírus publicada hoje contabiliza 88 casos suspeitos na cidade. Esse número cresce a cada dia, porém a divulgação é falha, pois não informa quantos doentes foram testados, qual a idade e se estão sendo monitorados. A informação é de que a cidade adquiriu 300 testes, que ainda não estão à disposição, o que significa que o número de suspeitos pode ser muito maior.
Nesse momento de tantas dificuldades, o prefeito Lucas Pocay ainda não divulgou medidas de amparo para os pequenos empresários, mas manifesta incômodo com o fechamento do comércio, revelada na “enquete”, trazendo ainda mais dúvidas e insegurança para os munícipes. Contradições também se revelam em suas postagens pedindo proteção divina ou dando conselhos para que as pessoas lavem as mãos e se ocupem no período de isolamento. Como diz o ditado, acende uma vela para Deus e outra para o coisa ruim.
Sejamos responsáveis: Se o comércio voltar à normalidade, veremos aumentada em muito a chance de contágio e mortes entre os ourinhenses. Com o trabalho e a união de todos, vamos superar essa tragédia. Porém, para isso teremos que estar vivos. A vida não tem preço, é nosso bem maior, e neste momento é o que precisamos preservar, mantendo o isolamento social.
Parece que nosso prefeito dá mais ouvidos para os desvarios do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) do que para os profissionais com formação na área da saúde.
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