Coronavírus faz comerciantes fecharem as portas

Em Canitar, o Mercado Santa Luzia está aberto, mas o atendimento é feito através de uma grande que separa os clientes dos proprietários e funcionários.

Em uma cidade como Ourinhos, cuja identidade sempre esteve atrelada ao comércio, a pandemia do Coronavírus deve provocar uma grave crise econômica. Com as pessoas isoladas em suas casas, os lojistas estão vendo o movimento diminuir drasticamente e a necessidade de dispensar os funcionários. Os pequenos e médios empresários não sabem que decisão tomar, já que o pagamento de férias antecipadas ou a demissão dos empregados exige recursos financeiros que nem sempre estão disponíveis. “Vou quebrar”, lamentou um comerciante estabelecido no centro da cidade, desesperado com as dívidas com fornecedores e funcionários, que não poderão ser pagas.

Nesta sexta-feira o comércio de Ourinhos abriu em horário normal. As lojas estavam vazias.

Procurando manter pelo menos um mínimo de atividade, alguns estabelecimentos que ainda não haviam aderido agora estão optando por entregas a domicílio. Também é o caso de barbeiros e cabeleireiros, que se oferecem para fazer o serviço na casa do cliente.

O Posto Marinho disponibilizou máscaras e luvas para seus funcionários.

A mudança de comportamento já é notada nas ruas vazias e em pessoas usando máscaras em supermercados. Os cuidados com higiene estão sendo redobrados em clínicas, postos de saúde e restaurantes, que disponibilizam álcool gel em lugar visível. Como em outras cidades, o produto sumiu das farmácias e mercados, assim como as máscaras descartáveis.

Além de temer pela própria saúde e de seus familiares, a  crise provocada pelo coronavírus está levando uma sensação de abandono e angústia aos pequenos empresários e trabalhadores. O governo federal anunciou um auxílio irrisório no valor de 200 reais, durante os próximos três meses, para trabalhadores autônomos que não recebem nenhum benefício social, aposentadoria , pensão ou seguro-desemprego.

Alguns comerciantes ourinhenses já anunciaram que vão fechar o estabelecimento a partir de segunda-feira, dia 23. Porém, nenhuma das Prefeituras da região se manifestou sobre o fechamento do comércio.

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Em Ourinhos como em outras cidades próximas, os prefeitos emitiram decretos baseados na iniciativa do Governo do Estado, copiando a forma adotada no fechamento de escolas públicas. O prefeito Lucas Pocay (PSD) emitiu decreto suspendendo as aulas nas escolas municipais, e as repartições públicas estão funcionando em horários especiais, priorizando o atendimento por telefone ou internet.

Enquanto isso em Londrina e Maringá, no Estado do Paraná, por exemplo, as lojas já fecharam as portas. Em Londrina, o prefeito Marcelo Belinatti decretou o fechamento de todos os estabelecimentos comerciais, exceto supermercados e farmácias. A Associação Comercial solicitou à Prefeitura e Governo do Estado a prorrogação por 90 dias do pagamento de tributos por parte dos comerciantes, já que as lojas ficarão fechadas pelos próximos 15 dias, podendo prorrogar por igual período.

Na cidade de Ibitinga, as ruas amanheceram desertas após os comerciantes concordarem em fechar as portas. O Bauru Shopping, o mais antigo e tradicional do Centro Oeste Paulista, já não abriu hoje. O Ourinhos Plaza Shopping continua funcionando.

Em Marília, um decreto do prefeito Daniel Alonso orientou o fechamento do comércio a partir de amanhã, 21. A prefeitura de Lins também optou pelo fechamento do comércio a partir de segunda.

Em São Paulo o prefeito Bruno Covas (PSDB) ordenou o fechamento do comércio até o dia 05 de abril, inclusive lojas que funcionam em shopping center. Apenas estabelecimentos que vendem comida poderão funcionar (bares, padarias, lanchonetes e supermercados, além das farmácias).

Nem a Prefeitura de Ourinhos, tampouco o governo do Estado de São Paulo anunciaram medidas para amparar os comerciantes, que vão precisar de empréstimos, redução de juros e adiamento do pagamento de taxas e impostos.

NA REGIÃO, EQUIPES DE SAÚDE DAS PREFEITURAS SE PREPARAM PARA ATENDER A POPULAÇÃO

Nos municípios da região, as Secretarias de Saúde se preparam para enfrentar uma verdadeira guerra. Cada cidade possui funcionários especialmente dedicados para se manterem atualizados quanto às determinações dos governos Federal e Estadual. Uma enfermeira com mais de 20 anos de experiência na área relata que nunca viu nada igual. “A cada hora temos uma nova informação, novidades sobre manejo e tratamento. Estamos atentos a tudo o que ocorre”.

OURINHOS – Secretaria de Saúde instalou tenda ao lado de fora da Farmácia Central. Objetivo é evitar aglomeração e oferecer acomodações em ambientes arejados.
OURINHOS – No Centro de Saúde (Postão), funcionárias usam máscaras e fazem triagem na porta da unidade.
CANITAR – Secretaria de Saúde já preparou sala de isolamento para atendimento de casos suspeitos de Coronavírus.
CANITAR – No corredor, cadeiras estão identificadas para uso alternado, para aumentar a distância entre as pessoas.
Canitar tem equipe de prontidão para atendimento no Centro de Saúde.

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