Revolta na Câmara: Munícipe rouba a cena e deixa vereadores mudos

Imagem extraída de vídeo.

As queixas contra o atendimento prestado pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ourinhos têm crescido nos últimos dias. Os pacientes reclamam principalmente de erros de diagnóstico e dificuldades para conseguir internar os doentes na Santa Casa. A morte recente de duas crianças acirrou ainda mais os ânimos, e ontem o munícipe Cleberton Carlos Gabriel protagonizou em discurso durante sessão da Câmara o sentimento expresso nas redes sociais. A intervenção aconteceu após uma manifestação que aconteceu no final da tarde na Praça Mello Peixoto, organizada por um grupo de mães.

Grupo se reuniu na Praça Mello Peixoto a partir das 17h de ontem, segunda-feira.
Maria Eduarda, mãe de Jady, protesta contra mau atendimento da UPA.

A manifestação da platéia teve início quando o vereador Anísio Felicetti (PR) comentou sobre economia de recursos que estaria sendo feita pela Prefeitura, para aplicação na saúde e cirurgias eletivas. Ao falar de sua atuação solicitando emendas para deputados, algumas pessoas no plenário começaram a se manifestar, revoltadas pelo fato do parlamentar se aproveitar da situação para “fazer política” na presença dos pais da criança que morreu e que a família acusa de negligência no atendimento recebido no UPA.

Ao fim do horário regimental o presidente Alexandre Zóio (PRB) convidou algumas pessoas para a sala de reunião. A transmissão da Câmara foi interrompida e então Cleberton começou a falar, aproveitando que os vereadores não haviam deixado o recinto.

O discurso bem articulado pegou os vereadores “de calças curtas”.  Cleberton provocou, incisivo:

“Vocês não estão aqui de favor, pra ficar puxando o saco, estão aqui pra ajudar a população. Receberam essas cadeiras para serem honrados e defender a população, e vocês não estão defendendo”.

Cleberson, que é síndico do Condomínio Moradas Ourinhos, reclamou da falta de funcionários no UPA, e intimou os vereadores: “Vocês recebem para trabalhar… a gente paga impostos caríssimos que subiram muito, assim não é possível, chega!”

Cleberton confronta o vereador Eder, líder do governo na Câmara. | Imagem extraída de vídeo das redes sociais

Os argumentos certeiros começaram a incomodar os vereadores, visivelmente constrangidos. A intervenção do presidente da Câmara, Alexandre Zoio e do vereador Alexandre Enfermeiro (PSD), dizendo que os vereadores não eram obrigados a ouvir o que ele dizia teve resposta à altura: “Vocês vão ouvir sim! Vocês são obrigados a ouvir o povo sim, doutor, são obrigados sim! Na hora de pedir voto vocês nos ouvem… mas na hora que precisamos falar com vocês, não querem ouvir? Por quê? A verdade dói? Não falam que a casa é do povo?”. Cleberton disse que pediu autorização para falar durante a sessão da Câmara, mas teve o pedido negado.

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Sem saída, os vereadores solicitaram ao presidente da Câmara que suspendesse a sessão. Olhando para o seu lado direito, onde estava o vereador Abel Fiel (PTC), Cleberton retrucou: “Não adianta olhar com cara de nojo não, tá? Suspende a sessão… vão pra casa dormir, enquanto pessoas morrem, vocês dormem”.

O pronunciamento do munícipe foi filmado e o filme está bombando nas redes sociais e sendo compartilhado pelo whatszapp. Veja abaixo.

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