por Bernardo Fellipe Seixas
Que vivemos cercados por políticos medíocres todo mundo sabe. Mas alguns se superam. Primeiro o prefeito de Santa Cruz do Rio Pardo, o médico Otacílio Parras Assis, se proclamou “o melhor prefeito da história da cidade”. Não ria com a ousadia, pois o santa-cruzense encontrou seguidor em Ourinhos: Esta semana o prefeito de Ourinhos, Lucas Pocay, também foi chamado de “o melhor da história”.
Qual a medida usada como avaliação, para que esses políticos possam ser chamados de melhores que os outros? Estatísticas? Obras? Fizeram pesquisas? O povo foi ouvido? Como compararam? Claro que não. Num acesso de vaidade desmedida, viram refletida no espelho a imagem de semi-deuses e saíram falando por aí.
Avaliar a própria atuação como “a melhor” pode soar como arrogância. Mas o prefeito de Santa Cruz já está em seu quinto ano de mandato e foi reeleito com 77% dos votos. E, apesar da crise econômica, continua muito bem avaliado pelos moradores da cidade.
Não é o caso do prefeito de Ourinhos, que está no começo do mandato. Para se considerar o melhor, Lucas Pocay deve conhecer muito bem como foram as administrações de outros políticos, desde o nascimento da cidade. Teve prefeito que tratou a água que antes era apenas canalizada; teve quem construiu a Santa Casa, escolas, praças, teve quem asfaltou e iluminou ruas, implantou centenas de metros quadrados de galerias de águas pluviais, construiu postos de saúde, prédios públicos, novas moradias, apoiou artistas e criou projetos sociais. Mas Pocay, com apenas um ano de governo, sem nada de novo para mostrar, se considera o melhor, o “The best”.
Tem um ditado antigo que diz que “elogio em boca própria é vitupério”. Explicando: Elogiar a si próprio é feio, fere a dignidade e a honra. Mas é inútil ter medo da avaliação popular,e tentar formar na marra opinião a respeito de si próprio, apostando que “uma mentira dita cem vezes pode parecer verdade”. O tempo é sábio em colocar os pingos nos is.
Para nós, munícipes ourinhenses, fica o sentimento de vergonha.
