Ministro da Economia: Qual o problema da energia ficar um pouco mais cara?

FOTO: MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL

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Segundo o ministro, alta da energia ‘causa perturbação’ para o Banco Central e ‘empurra a inflação um pouco para cima’

O aumento na conta de luz tem pesado no orçamento das famílias e é um dos fatores que pressionam a inflação, mas o ministro da Economia, Paulo Guedes, não vê problemas. “Qual o problema agora que a energia vai ficar um pouco mais cara porque choveu menos?“, perguntou Guedes nesta quarta-feira, 25. “Isso vai causar perturbação, empurra a inflação um pouco para cima, BC tem que correr um pouco mais atrás da inflação”, afirmou no lançamento da Frente Parlamentar do Empreendedorismo.

Pressionada pelo aumento da conta de luz, a inflação acumulada em 12 meses chegou à marca de dois dígitos em quatro capitais do País na prévia de agosto: Porto Alegre (10,37%), Goiânia (10,67%), Fortaleza (11,37%) e Curitiba (11,43%). Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 25.

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A inflação oficial deve fechar este ano acima de 7%, segundo projeções de uma centena de economistas ouvidos pelo Banco Central no boletim Focus. O próprio BC estima que o índice deve ficar em 6,5% – a meta que teria que ser perseguida é de 3,75%.

Além da taxa extra paga desde julho na conta de luz, as faturas aumentaram, em média, 7% neste ano e, para 2022, a previsão é que o reajuste médio seja de quase 17%.

“O problema agora é que está tendo uma exacerbação por que anteciparam as eleições? Tudo bem, vamos tapar o ouvido, vamos atravessar. Vai ser uma gritaria danada, mas vamos chegar lá, vamos ter as eleições. Vai acontecer tudo que tem para acontecer”, disse o ministro. “Se no ano passado, que era o caos, nós nos organizamos e atravessamos, por que vamos ter medo agora?”, disse o ministro.

Arrecadação forte

Guedes destacou também o bom desempenho da arrecadação de impostos, e previu que “se a economia brasileira crescer 5,5% neste ano, com a arrecadação vindo forte, é possível o País ter superávit em 2022”.

“A economia está bombando e continua a narrativa de que o governo não faz nada”, afirmou o ministro. Ele criticou o que chamou de visões negacionistas e agradeceu o empenho do Congresso na aprovação das reformas e de medidas encaminhadas pelo governo. Guedes destacou ainda a atuação do presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), que, segundo ele, é uma “liderança imprescindível”.

Gasolina e gás estão baratos

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a afirmar que a gasolina e o gás de cozinha no país estão “baratos”. Em conversa com apoiadores na volta ao Palácio do Alvorada, no fim da tarde de ontem (25), Bolsonaro disse que a população precisa entender como é a formação do preço desses itens antes de criticar o governo federal.

Levantamento da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) mostra que o preço da gasolina já passa dos R$ 7 por litro nos postos do Acre e o custo do botijão de gás de 13 kg já chega a R$ 100 na região Norte.

“A gasolina está barata, o gás de cozinha está barato. O pessoal tem que entender a composição do preço, senão acabam me culpando por tudo o que acontece no Brasil”. (Jair Bolsonaro, 25/08/2021)

Em conversa com apoiadores Bolsonaro tem alegado que a gasolina e o gás de cozinha estão baratos porque saem das refinarias da Petrobras com preço bem menor do que o cobrado do consumidor final. O que os encarece, segundo o presidente, são as outras etapas, como transporte, margem de lucro das empresas e o ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços), recolhido por estados.

Porém, não faz sentido considerar o preço desses itens nas refinarias para dizer que eles estão baratos, pois não é é possível o consumidor comprar gás e gasolina direto da Petrobras. Da mesma forma, o consumidor não compra alimentos direto do produtor e o que vale é o preço que ele paga nos supermercados.

Segundo dados do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor – Amplo 15), divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o preço da gasolina acumula alta de 39,52% nos últimos 12 meses nos postos do país. Nas refinarias da Petrobrás o aumento acumula 51% em 2021.

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