Lucas Pocay e a arte de colocar a culpa nos outros

Imagem: captura de tela vídeo de Lucas Pocay no Facebook

por Bernardo Fellipe Seixas

Prefeito Lucas Pocay foge das responsabilidades desde o início do mandato; nesta semana foi com o colapso na saúde

Uma nota emitida na quarta (02) pela Santa Casa de Ourinhos trouxe preocupação e críticas. O comunicado dizia que a entidade não poderia mais receber pacientes, já que está com a UTI Covid e Geral e enfermarias lotadas.  Também informou que estão esgotados recursos físicos e equipamentos como ventiladores e monitores.

No mês de agosto foram registrados 598 testes positivos de Covid-19 em Ourinhos: média de 19,9 por dia. Até o momento Ourinhos tem 1.672 casos confirmados, incluindo 21 mortes. Hoje, sexta-feira, as UTI’s continuam com 100% de ocupação.

Nas redes sociais choveram críticas ao prefeito, vereadores e Ministério Público (MP), considerados responsáveis pelo afrouxamento das medidas restritivas que poderiam diminuir a contaminação pelo coronavírus e consequentemente o colapso no sistema de saúde. Pocay mais uma vez preparou sua “milícia virtual” para o contra-ataque, e os comentários diziam que os ourinhenses eram irresponsáveis, não seguiam as recomendações e por isso o sistema de saúde estava em colapso.

Como tem feito toda vez que recebe críticas à sua postura, principalmente no período de pandemia, o prefeito Lucas Pocay (PSD) se apressou em publicar uma nota em seu perfil no Facebook, culpando terceiros. Começa dizendo que “UTI lotada é reflexo da falta de consciência da população”, e que “nunca deixou de atender uma recomendação do Ministério Público”. Ou seja, o povo não sabe o que faz, e o promotor não se pronunciou sobre o assunto, portanto o prefeito está isento de culpa. Mas não é bem assim. Pocay não atendeu aos decretos do governador João Doria (PSDB) para o Plano SP de flexibilização das atividades comerciais, impondo restrições, e o número de contaminados cresceu enormemente na cidade. Enquanto municípios  da região mantiveram suas lojas fechadas e o comércio sob rigorosa fiscalização, as ruas do centro de Ourinhos permaneciam lotadas, e a atuação da vigilância sanitária foi nula ou deficiente.

Como justificativa de suas ações durante a pandemia, Lucas Pocay cita a instalação do Hospital Covid-19, em prédio do antigo Grande Hotel, contratação de médicos e compra de equipamentos. Necessário lembrar que quase a totalidade dos recursos não foram do município, que recebeu aportes dos governos estadual e federal especialmente para isso. Além dessas providências, por iniciativa própria nada foi feito. Auxílio a comerciantes e pequenos empresário não aconteceu. Ao contrário, em ano eleitoral Lucas Pocay tratou de ficar bem com os comerciantes apenas fazendo vista grossa para a abertura das lojas, enquanto o governo Estadual recomendava o contrário.

Outra prática bastante comum no discurso de Pocay é insistir em determinada versão, na esperança de que a população acredite. Diz um ditado popular que “uma mentira contada mil vezes passa por verdade”. Desta forma, Pocay vive dizendo que existe fiscalização e punição para verificar pessoas aglomeradas em festas, bares ou sem máscaras, o que o ourinhense sabe que não é verdade.

O prefeito parece não conhecer a realidade do município, e teima em mostrar a cidade através de lentes cor de rosa enquanto o caos perigosamente se aproxima. Pudera: Lucas Pocay é um prefeito que não anda nas ruas, e não é visto em lugar nenhum a não ser nas redes sociais, onde aparece com seu indefectível sorriso enquanto a vaca vai pro brejo.

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