Saída de Leandro Moraes expõe força do deputado Gambale na gestão Guilherme Gonçalves

À esquerda, o deputado federal Rodrigo Gambale e o secretário de Governo, Kaká. À direita, o prefeito Guilherme e seu ex-secretário de Finanças, Leandro. | Imagens: redes sociais




por Bernardo Fellipe Seixas

Leandro pediu demissão do cargo de secretário de Finanças da prefeitura de Ourinhos, e sua exoneração já foi publicada no Diário Oficial

A confirmação do pedido de exoneração de Leandro de Oliveira Moraes do cargo de secretário municipal de Finanças, publicada no Diário Oficial do Município de Ourinhos na última sexta-feira (7), expõe a influência do deputado federal Rodrigo Gambale Vieira e do Podemos na gestão do prefeito Guilherme Gonçalves. A saída de Leandro, motivada por um desentendimento com Álvaro Costa Vieira, o Kaká, secretário de Governo indicado por Gambale, mostra um jogo de poder que vem gerando desconforto e especulação nos bastidores da prefeitura.

Naturais da Grande São Paulo, Rodrigo Gambale e Álvaro Vieira desembarcaram em Ourinhos pelas mãos de Guilherme, em um gesto de reconhecimento ao Podemos, partido do prefeito e principal financiador de sua campanha vitoriosa. No entanto, a presença de figuras externas tem causado atritos com nomes locais, como Leandro Moraes, que, apesar de envolvido na política municipal, era visto como um quadro técnico de alto nível. Dono de um renomado escritório de contabilidade em Ourinhos e com vasta experiência em finanças, Moraes era considerado um trunfo para a gestão fiscal da prefeitura.

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Segundo uma fonte anônima ligada à administração, a mensagem transmitida com a saída de Leandro foi clara: “Fica evidente com quem não se pode bater de frente no governo”. O servidor, que ocupa um cargo comissionado, declarou ao Jornal Biz que apenas Leandro, Kaká e o próprio prefeito conhecem os detalhes do rompimento, mas o episódio retrata a força de Gambale nos rumos da nova gestão.

Os primeiros 40 dias da administração de Guilherme Gonçalves têm registrado turbulências. Além da exoneração de Leandro Moraes, a Secretaria de Cultura teve mudança no comando, com a substituição de Maikon Zambido por Jeferson Bento. Também pesam as especulações sobre um desentendimento entre o prefeito e o pecuarista Kiko Quagliato, até então um importante apoiador de sua campanha. As trocas de indiretas entre ambos nas redes sociais sugerem uma ruptura que pode fragilizar a base política do governo.

Nos bastidores, Guilherme tem sido criticado por nomeações que contemplam aliados do ex-prefeito Lucas Pocay (PSD) e de vereadores como Raquel Spada e Éder Mota, que até pouco tempo orbitavam a gestão anterior. A saída de Leandro Moraes gerou insatisfação popular. Nas redes sociais, a maioria dos comentários indicam que a administração perdeu um nome técnico de peso, visto como competente e imparcial.

A influência de Gambale sobre a gestão pode se tornar um desafio para a autonomia de Guilherme Gonçalves. Se, por um lado, o Podemos foi peça-chave na eleição, por outro, a crescente percepção da influência do deputado federal na prefeitura de Ourinhos pode custar caro ao grupo político de Guilherme a longo prazo.

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