Debate ‘Pedófilo x Ladrão’: Eleitor brasileiro assiste a programa de não ficção?

Imagens: redes sociais

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por Bernardo Fellipe Seixas | Jornal Biz

Debate entre Bolsonaro e Lula teve desafio de audiência ao pouco discorrer sobre religião, canibalismo, roubo, orçamento secreto e pedofilia, entre outros assuntos preferidos do povo brasileiro

Acabou neste momento o primeiro debate do 2º turno entre os candidatos que disputam a Presidência da República do Brasil em 2022. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual mandatário Jair Bolsonaro (PL) até que tentaram manter os telespectadores acordados ao final da noite de domingo, mas não conseguiram.

Conduzido pelo experiente jornalista Carlos Nascimento, o debate foi promovido por um conglomerado de órgãos de comunicação formado pela Folha de São Paulo, TV Bandeirantes, TV Cultura e UOL, e teve transmissão ao vivo em rede aberta de televisão, rádio e na internet. A audiência começou alta, alcançando até 31 pontos, mas caiu bruscamente quando os candidatos começaram a falar sobre seus programas de governo.

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No primeiro tópico do debate, o apresentador perguntou ao candidato do PT, Lula, seus planos para a educação. Enquanto discorria sobre os investimentos feitos pelos governos do seu partido no FIES, Prouni e Programa Ciência Sem Fronteiras, Lula foi interpelado pelo atual presidente. “E a impressão de 412 bilhões de exemplares do kit gay? E o manual de instrução da mamadeira de piroca feito pelas mãos dos professores comunistas? Isso você não vai falar, Nove dedos?”.

Carlos Nascimento precisou intervir, e reconduziu a palavra para Lula, que seguiu. “Essa história de kit gay e mamadeira de piroca só existe na sua cabeça doentia, de velho que se assanha até com garotinhas de 14 anos de idade”.

Nesse momento, o filho de Jair Bolsonaro, Carlos, interrompeu o debate aos gritos, e em seguida teve um piripaque. “Parem com essa ladainha, pelo amor de Deus! Meu papaitriota jamais assediaria menininhas!”, bradou, antes de desmaiar.

A equipe médica atendeu Carlos Bolsonaro com uma injeção de ketamina, e Carlos Nascimento precisou chamar os comerciais enquanto os ânimos eram apaziguados.

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Segundo uma telespectadora considerada politicamente neutra, presente no estúdio a convite de Simone Tebet, houve bate-boca na plateia entre integrantes da bancada da bala e indígenas. Um político fantasiado de policial militar de São Paulo teria acusado todos de comunistas, e recebido um tacape produzido pela tribo xavante na cabeça. “A pedra do índio pegou bem na cabeça do capitão, e aí formou um grande galo, de onde surgiu um baita chifre”, disse a convidada.

A treta continuou, e o presidente de um CAC da região metropolitana de Belo Horizonte chegou a urinar nas calças após ser xingado de ‘bigodudo de armário’. Com arma em punho ele berrou: “Aqui é aroreira até debaixo de outra aroeira”! A segurança da TV Bandeirantes, então, resolveu pela retirada de todos os convidados, e determinou que o debate só seria retomado sem a presença dos assessores ou acompanhantes dos candidatos.

Jair Bolsonaro ainda implorou: “Pelo amor de Deus, tragam o padre Kelmon aqui”. Lula disse que sem seu companheiro Geraldo Alckmin, “a marmita de chuchu ia ficar insossa”, mas topou continuar.

Com consenso dos candidatos, os acompanhantes foram retirados pelos ‘leões de chácara da Band’, e o debate foi retomado.




Carlos Nascimento questionou, então, o que os candidatos iriam fazer para interromper o desmatamento na Amazonia. Lula respondeu que o Ibama e a Polícia Florestal voltariam a ser respeitados, que as instituições seriam valorizadas e que o Governo Federal não poderia admitir os assassinatos de indigenistas como os de Bruno Araújo e Dom Phillips. Bolsonaro se indignou, e rebateu dizendo “que árvore boa é a que se transforma em mesa, porta, barco ou forro de casa”, e que os tais militantes esquerdistas morreriam até com os novos agrotóxicos aprovados pelo Ministério da Saúde: “Não aguentam nem um veneninho barato pra matar índio por contaminação de ribeirão, mas querem estar lá na floresta. São uns fanfarrões, talquei?”, criticou.

Diante da ofensiva, o apresentor precisou intervir novamente, e implorou por um acordo de paz entre Bolsonaro e Lula. “É apenas o segundo round. Vocês acham que vão conseguir conquistar votos dessa maneira? Vamos falar de propostas, por favor!”.

Na volta dos comerciais, os candidatos então concordaram e falaram sobre emprego, saúde, esporte e cultura. Em apenas sete minutos a audiência caiu de 23 para 2 pontos, e o apresentador acelerou para encerrar a transmissão.

“Agradecemos a você que acompanhou o debate até agora, mesmo com esse final onde eles quiseram falar de propostas. Boa noite”, encerrou o jornalista pago pela família Saad.

  • Este é um texto de ficção. “Ficção é o termo usado para designar uma narrativa imaginária, irreal, ou para redefinir obras (de arte) criadas a partir da imaginação”.
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