Educação terá que enfrentar muitas mudanças na volta às aulas
A educação é um setor que tem sofrido muito com a pandemia do novo coronavírus. Alunos de escolas públicas e privadas estão fora da escola desde o mês de março. A crise econômica provocada pela paralisação das atividades comerciais e setor de prestação de serviços provocou queda na renda das famílias, e muitas estão transferindo seus filhos das escolas particulares para as públicas. Além da mudança de escola, alunos e professores precisam se adaptar à nova realidade das aulas à distância, e o processo não está sendo fácil. Enfim, este é um período de muitas mudanças na educação.
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A Secretaria de Estado da Educação informou que o número de alunos transferidos da rede particular para a estadual de São Paulo cresceu mais de dez vezes nos meses de abril e maio deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Neste ano, a rede estadual recebeu 2.388 transferências de estudantes oriundos da rede particular, contra 219 no ano passado. Para atender a demanda e evitar aglomeração de pessoas nas escolas, a rede estadual está fazendo matrículas online.
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Para Rogério Augusto Singolani, professor da rede estadual de ensino, “está muito difícil prever o que vai acontecer. Já existe um problema de superlotação nas escolas, e agora por uma questão sanitária precisa ter uma distância maior entre os alunos nas salas. A Secretaria não informou em qual ciclo de aprendizagem essas transferências estão ocorrendo. Se for no Fundamental Ciclo I, até a 6ª série, é mais difícil ainda porque existe a questão da merenda e não será possível fazer o intervalo com todos ao mesmo tempo.” Singolani acredita que os alunos transferidos “sentirão um baque”: “O ambiente escolar é outro, a escola pública possui muitas carências. Faltam professores, equipamentos e material didático, os critérios de avaliação são diferentes”.
No estado de São Paulo a rede estadual está realizando o ensino à distância, mas são muitos os problemas. Os professores não tiveram formação suficiente para desempenhar as novas tarefas, há falta de condições estruturais para uso da plataforma e muitos alunos não possuem internet em casa ou equipamentos de qualidade para baixar arquivos.
“Os problemas sociais são um adicional a mais nesta situação tão complicada”, explica Rogério, dizendo que acompanha os estudos que estão sendo feitos pelo Conselho Nacional da Educação para definir como será feita a volta às aulas. “Acredito que vão optar pelo ensino híbrido, em que os alunos irão em grupos menores à escola em alguns dias da semana, mais para tirar dúvidas. Nos outros dias, as aulas serão online. O problema é que o acesso online ainda não é para todos. Os alunos da rede pública deveriam ao menos ter direito à internet gratuita.”
Apesar das escolas particulares estarem investindo em negociações com os pais para diminuir a inadimplência, o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieeesp) acredita que cerca de 50% das escolas podem fechar as portas caso não recebam ajuda. Só em abril, o índice de inadimplência passou de 20%.
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O Jornal Biz ouviu a direção da Escola Educativa em Ourinhos, que está investindo ainda mais na aproximação com as famílias para manter os alunos matriculados: “Mantemos um diálogo aberto, acolhemos as demandas e juntos caminhamos para a melhor solução de cada situação que surge. Sabemos que muitas pessoas perderam seu emprego, clientes e houve uma drástica diminuição na renda familiar, o que leva a uma mudança de prioridades.” A Educativa está conseguindo manter o cronograma planejado com atividades online.
Além das dificuldades enfrentadas pelos proprietários de escola, professores e pelos próprios alunos, se for implantado o ensino híbrido outro problema precisa ser encarado, que é a situação das mães que trabalham fora e não tem quem cuide de seus filhos em casa.
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