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por Bernardo Fellipe Seixas/Jornal Biz
“A conclusão não concluiu nada. A CPI só ouviu o lado do Prefeito”, diz o vereador Vadinho
Continua faltando água nas residências ourinhenses, mas a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada pela Câmara Municipal para investigar o assunto decidiu que não há o que apurar. O Relatório Final da CPI da SAE foi lido na última reunião no dia 9, e apenas o vereador Alexandre Zóio (PRB) apresentou parecer contrário. Porém, como faz parte da bancada governista, ele não quis se manifestar durante a sessão.
A criação de CPIs na atual Câmara Municipal não é tarefa fácil, pois apenas três dentre os quinze vereadores são oposição ao governo. Os demais votam de forma favorável às iniciativas da Administração. A CPI da SAE foi criada porque houve muito “barulho” por parte da população, principalmente nas redes sociais. A constante interrupção no fornecimento de água e o alto preço cobrado pelo serviço acabaram pressionando para sua criação. Porém, decorridos mais de quatro meses de trabalho, o relatório conclui que “não há o que investigar”. Foram ouvidos apenas o Superintendente da SAE, Marcelo Simoni Pires e a responsável pelo setor financeiro, Edna Valentina Domingos.
O Relatório Final da CPI da SAE conclui que, apesar de admitir a falta de água em alguns bairros da cidade, “não existem provas ou indícios que justifiquem a criação de CPI”.
O vereador Vadinho (PSDB) criticou duramente o resultado da investigação feita pela CPI: “A conclusão não concluiu nada. O relatório é um tapa na cara da população ourinhense. A falta d’água não é um assunto objetivo? A CPI só ouviu duas pessoas em 130 dias de trabalho. É lógico que o Superintendente vai defender o Prefeito e a SAE. Não foi ouvido o outro lado, moradores ou pessoas que pagaram altos valores pela conta d’água”.
Dos 7 membros da CPI da SAE, apenas Alexandre Zóio discordou do relatório final. Ari da Auto Escola (PSC), Anísio Felicetti (PL), Cido do Sindicato (PSD), Carlinhos do Sindicato (PSB) e Sargento Sérgio (PRB) acharam que tá tudo certo.
O relatório confirma que o grupo de vereadores só ouviu o Superintendente da SAE e a responsável pelo financeiro. Simoni admite o problema com o fornecimento de água, mas diz que a culpa é a falta de planejamento e investimento em anos anteriores. “Recebemos a SAE com déficit financeiro, mas agora temos recursos em caixa, o que vai possibilitar novos investimentos. O sistema de abastecimento não acompanhou o crescimento da cidade”, disse em depoimento à CPI. Segundo o Superintendente, a SAE contratou uma consultoria para especificar os problemas que causam falhas no abastecimento, mas o trabalho só será concluído no próximo ano. Sobre as contas com valores elevados, Simoni afirmou que a SAE realiza revisão nos valores, e que não há como auferir com precisão se a alta é causada por problemas de ar no aparelho que faz a medição.
O relatório final da CPI admite que houve dificuldades na investigação, pois, segundo os vereadores, “não havia um fato determinado para ser apurado”. Na verdade o que se percebe é que não houve vontade de apurar ou de levar o assunto adiante.
Enquanto isso, apesar do calor intenso, continua faltando água na maioria dos bairros da cidade.
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