CPI da SAE já tem 4 assinaturas. Falta uma.

A sessão da Câmara Municipal na noite de ontem foi quente. Dezenas de funcionários da SAE estiveram no plenário para protestar contra o projeto de lei, enviado pelo prefeito Lucas Pocay (PSD), que dispõe sobre a reestruturação do plano de cargos, carreiras e salários da autarquia. Segundo eles, a proposta do Executivo privilegia apenas alguns funcionários. A instalação de uma CPI para apurar as causas da falta de água e possíveis irregularidades na SAE também foi bastante comentada.

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O primeiro vereador a usar a palavra foi Abel Fiel (PTC), que é funcionário da SAE e está afastado. Defendendo o projeto do prefeito, foi vaiado em alguns momentos de seu discurso.

Em seguida, Flavinho (MDB) criticou o projeto. “O projeto está incompleto, pois deixa várias categorias da SAE  fora do plano. Votarei a favor, mas o projeto contempla só alguns funcionários, e deixa de fora os guardas, porteiros, telefonista, auxiliares de serviço, faxineiros e garis, entre outros”.

Principal voz da oposição na Câmara, Vadinho (PSDB) também seguiu a linha do antecessor. “Esse projeto é a cara da administração da SAE, que persegue funcionários”. Quando o vereador falou da incompetência dos cargos de confiança escolhidos pelo governo, foi bastante aplaudido. Vadinho também criticou a omissão do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais. “Cadê o Sindicato falando desse projeto? Não era para ele ter se manifestado?”.

O vereador do PSDB então mencionou a CPI para investigar a SAE, dizendo que Carlinhos do Sindicato (PSB) teria assinado o pedido de abertura da Comissão. “Só falta uma assinatura”. Além de Vadinho e Carlinhos, Flavinho e Dr. Salim são a favor da criação da CPI.

Após os aplausos da plateia para os discursos dos vereadores da oposição, a tropa de choque do prefeito entrou em ação. Anísio Felicetti (PR) foi o primeiro a usar a palavra e jogar os louros do projeto para o prefeito. “Hoje uma parte dos funcionários está sendo contemplada, graças ao esforço do prefeito e do superintendente da SAE”. Quando mudou para o tom de cobrança, foi bastante vaiado. “Chega de mimimi, de blábláblá e vamos dar valor ao que está sendo feito”. O plenário não se conteve, disse impropérios ao vereador, e o presidente da Casa teve de intervir pedindo silêncio para que Anísio pudesse continuar sua fala.

Carlinhos da Lambo (PSC) disse que a CPI não tem justificativa, não é necessária. Um comentário do vereador chamou atenção: “Não vou falar do que aconteceu 12 anos atrás, quando também se perseguia funcionário”. Pelo visto a palavra “também” foi ato falho do vereador.

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Após um discurso vazio de Cido do Sindicato (PSD), o médico Dr. Salim Mattar (PSDB) pediu a palavra para realizar o melhor e mais aplaudido pronunciamento da noite.

“Dentro do que discutimos hoje, não há como duvidar: houve uma discriminação”, disse Salim sobre a proposta do executivo. “Você não pode versificar o valor de apenas um funcionário”.

O discurso do vereador Dr. Salim foi o mais aplaudido na sessão da Câmara de ontem.

Defendendo a criação da CPI, Dr. Salim disse que não se trata de um julgamento político. “Há necessidade sim de tentarmos descobrir o que acontece na SAE. Houve erros de interpretação de contas (de usuários): uma já é suficiente pra condenar um trabalho – 200 é sinal de fracasso”.

CPI da SAE – “Não queremos fazer uma discussão política. A SAE está sob suspeição de uma série de coisas, isso é fato, não há dúvidas”, disse Salim, complementando que há uma clara dificuldade de gestão na SAE, e que não é de hoje. “As soluções sempre chegam atrasadas na SAE, e por falta de gestão. Hoje não é diferente. Por que não admitir? O projeto é incoerente e isso é incompetência”. O vereador complementou dizendo que outro projeto deve ser encaminhado urgentemente para corrigir os furos na valorização dentro da SAE.

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Ponto alto – O discurso de Dr. Salim surpreendeu pelo tom crítico e de cobrança, não comum do parlamentar, que tem mais de 30 anos de legislativo. O vereador então, finalizou seu discurso comentando sobre a possível concessão da SAE para a iniciativa privada. “Deus nos ajude que a SAE continue sendo nossa”, disse o vereador, sob aplausos. “A SAE ainda é nossa, e é preciso discutir uma possível concessão e chamar a população para uma discussão”, concluiu.

Na votação, o Projeto de Lei Complementar 02/19, de autoria do prefeito municipal, que trata da reestruturação do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos da Superintendência de Água e Esgoto de Ourinhos, foi aprovado por unanimidade pelos vereadores (15 votos).

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