Câmara de Ourinhos rejeita CPI para investigar Cooperativa de Artes

Câmara não emitiu nenhum comunicado sobre andamento da CPI.

A sessão de ontem, 5, da Câmara Municipal é daquelas que deveriam ser lembradas por muito tempo pela população. Ao rejeitarem a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar suspeitas de corrupção na Cooperativa Brasileira de Trabalho dos Profissionais de Artes, os vereadores não mostraram interesse em passar a limpo o escândalo de corrupção denunciado por Daniela Gonçalves Santos, presidente da entidade que está no centro da polêmica.

O escândalo de possíveis irregularidades na Cooperativa foi a público numa entrevista de Daniela publicada pelo jornal Negocião no dia 28 de fevereiro.

Após o lenga-lenga tradicional de todas as sessões, às 21h10 o clima começou a esquentar quando Vadinho (PSDB) pediu para reproduzir no telão da Casa e nos canais de transmissão da Câmara um vídeo editado com trechos da denúncia.

Tecendo diversas críticas ao ex-secretário de cultura Paulo Flores e ao prefeito Lucas Pocay (PSD), Vadinho praticamente implorou para que pelo menos dois vereadores da base governista assinassem, juntamente com ele, Flavinho (PMDB) e Dr. Salim (PSDB), o pedido de criação da CPI.

Seu discurso não emocionou os vereadores, e a CPI foi rejeitada.

Homem de confiança do prefeito na Câmara, Eder Mota será o presidente da CAR.

Apura, mas não muito

Já passava das 22h quando se resolveu colocar em votação a proposta do vereador Eder Mota (PSC), líder do prefeito na Câmara, para criar uma Comissão de Assuntos Relevantes para apurar as supostas irregularidades ocorridas na Cooperativa.

Flavinho foi o primeiro a se manifestar, argumentando que o Regime Interno da Câmara diz que uma CAR não seria a alternativa correta para investigar o caso. “Não adianta querer tapar o sol com a peneira… temos que respeitar o Regimento dessa casa”, disse, finalizando com a afirmação de que há uma quadrilha instalada na secretaria de cultura.

Após aprovação por unanimidade, o vereador Vadinho pediu a palavra para justificar seu voto. “Infelizmente não tivemos as cinco assinaturas necessárias para ter uma CPI. O ex-secretário Paulo Flores (demitido) acabou de deixar a secretaria de cultura, ele pode ir embora. A CAR não tem poder de exigir a vinda dele, já a CPI teria poder de polícia”, protestou, lembrando que as suspeitas não são apenas sobre Flores, mas também envolvem o atual secretário. “Há o caso da bateria”.

Os vereadores que vão fazer parte da CAR são Éder Mota (PSC), Cícero Investigador (PRB), Raquel Spada (PTC), Vadinho (PSDB), Cido do Sindicato (PSD). A presidência ficou com Éder, homem de confiança e líder do prefeito na Câmara.

Como noticiou (leia aqui) o Jornal Biz ontem, 5, a Câmara fez exatamente o que o prefeito mandou ao criar uma CAR para o caso.

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