
‘Fala, prefeito!‘ é uma série de reportagens do Jornal Biz baseada em entrevistas com os prefeitos da região. Foram convidados os governantes de Canitar, Chavantes, Ibirarema, Ipaussu, Ourinhos, Santa Cruz do Rio Pardo, Salto Grande e São Pedro do Turvo.
Uma das cidades mais antigas da região, Chavantes vive hoje uma retomada de seu crescimento. O prefeito Márcio de Jesus do Rego (PSDB), conhecido como Burguinha, está entusiasmado com a experiência na administração pública, e tem planos para o último ano de gestão: “Queremos finalizar as obras que estão em andamento, e vamos investir mais R$2 milhões de reais em recape. Vamos asfaltar todo o distrito de Irapé, que era nosso objetivo. Infelizmente tivemos que centrar esforços nesses primeiros anos para organizar as finanças da cidade, que tinha R$11 milhões em dívidas, recapear e melhorar outras coisas antes de começar o que considero nosso principal projeto, que é a construção do distrito industrial, que deverá acontecer no próximo ano”.

Burguinha se orgulha de suas raízes: “Nasci e fui criado na zona rural, fui boia fria, servente de pedreiro, barman e peão de rodeio. Sempre batalhei muito para sobreviver”.

O gosto pela política aconteceu de maneira natural, quando trabalhou em um projeto sócio-esportivo no distrito de Irapé. Percebendo a dificuldade em conseguir apoio político, animou-se para sair candidato a vereador em 2012. “Queria fazer diferente, atender bem as pessoas”, confidencia, revelando que esse comportamento trouxe dificuldades. “Tentaram cassar o meu mandato. Não sou de fazer conchavos, de barganhar cargos. Não gosto desse tipo de política. Gosto mesmo é do trabalho e de estar perto da população”.

Se a falta de água é um problema que tem tirado o sossego dos prefeitos de cidades da região, Chavantes pode se considerar privilegiada, pois o abastecimento não foi tão prejudicado. “Toda nossa rede de abastecimento é de poços artesianos, então sofremos menos. Só faltou água em alguns finais de semana e no pior momento da seca”. Burguinha cita o surgimento de bairros novos sem infra-estrutura como poços ou reservatórios como um problema que está aos poucos sendo equacionado.
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Como a maioria das cidades da região, Chavantes guarda sua identidade nas fachadas de prédios antigos e nos trilhos da ferrovia. Fundada em 1887, vivem hoje no município 12.482 pessoas, segundo o censo de 2014. Sobre o nome da cidade, existem versões diferentes. Uns afirmam que o nome faz referência à tribo dos xavantes, que teriam habitado a região. Outros afirmam que o nome decorre da expressão “Chave antes”, expressão utilizada por usuários da estrada de ferro, que ao comprarem a passagem de volta na Estação Júlio Prestes em São Paulo, pediam para descer “uma chave antes”, pois ao contrário pagariam a passagem até Ourinhos, final da ferrovia à época.

O prefeito que já foi peão de boiadeiro sentiu na pele o preconceito. “Vivemos numa sociedade hipócrita, mesmo que disfarçada. O preconceito é visível contra pobre, negro, homossexual, indígena, contra pessoa sem estudo formal como eu. Essa foi a maior dificuldade”.

Burguinha se orgulha de seus esforços para equilibrar as finanças da cidade: “Tinha R$ 11 milhões de dívida, eu paguei a metade. A frota está renovada, fazemos eventos importantes no esporte e na cultura… estamos trabalhando muito”.

Talvez o projeto que tenha dado mais dor de cabeça é justamente a menina dos olhos do prefeito: “A retomada da praça do Estudante é uma obra que eu me orgulho”. A obra estava sendo feita com recursos federais, o governo atrasou os repasses e a empreiteira abandonou o projeto. A praça, localizada no centro da cidade, tinha tudo para virar um grande “mico”.

“Resolvemos cancelar o contrato e a própria Prefeitura assumiu a obra. No fim vai ficar mais barato, eu pessoalmente me envolvi com o trabalho pesado…foi um desafio”. A praça deverá ter um atrativo turístico que é a construção de uma réplica da ponte pênsil, que vai unir a área toda, com um lago e peixes.
Aos 40 anos de idade, o prefeito que se diz avesso à política pretende sair candidato à reeleição. ”Acho que a população amadureceu, o eleitor quer um candidato que trabalhe e isso eu faço. Minha dedicação é a minha marca”.

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