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por Bernardo Fellipe Seixas
Atenção: esta reportagem foi publicada originalmente em 6 de setembro de 2017, e desde então já foi visualizada mais de 435 mil vezes. É uma das campeãs de acessos do nosso site! Boa leitura. | 12/09/2023 As ruínas do Hotel Yaras, em Bandeirantes, Paraná, guardam histórias e mistérios. A construção imponente é visitada por curiosos, que buscam informações sobre o apogeu e decadência do hotel e a tragédia que se abateu sobre seus proprietários. Além de alimentar a curiosidade, o hotel também é assunto de pesquisa; recentemente ele foi visitado por estudantes de uma universidade da região.

Mas não é só o requinte arquitetônico que chama a atenção no lugar. As histórias do hotel são sempre acompanhadas de lendas que causam arrepios em muita gente. Por isso, a recomendação é sempre a mesma: não se arrisque a ir sozinho.

Tem quem afirme ter visto uma noiva vestida de branco caminhando devagar pelos corredores. Ouvir passos ou barulhos estranhos, testemunhar portas e janelas batendo é pouco, perto da sensação de que alguém está te vigiando.

A cidade estava começando a existir na década de 1930, quando Domingos Regalmuto, italiano naturalizado brasileiro, comprou ali 500 alqueires de terra. Estava interessado na extração da madeira, mas logo descobriu que existia uma fonte natural próxima à junção dos rios Cinza e Laranjinhas, em que a água jorra a 32º, e possui propriedades terapêuticas.

Inicialmente o imigrante resolveu engarrafar e vender aquela água considerada milagrosa. Mas logo percebeu que poderia ousar mais, e resolveu construir o hotel, loteando a área em torno com objetivo de transformar a área na Cidade Yaras. Construiu também a Capela São Domingos, em terreno alto, que podia ser admirada pelos hóspedes do hotel.

A construção impressionava pelo luxo, havia ali um cassino, todos os quartos possuíam banheiras (o que não era comum à época), piscina de água termal e até pista de pouso para aviões, e podia hospedar 200 pessoas. Foi ponto de encontro de fazendeiros e famílias ricas de toda a região. Domingos foi pioneiro em incentivar o turismo naquela região.

O velho italiano não pode usufruir por muito tempo do sucesso do seu empreendimento. Ele se suicidou aos 80 anos, depois que uma trombose motivou a amputação das duas pernas. Seu único filho morreu dois anos depois em um acidente de carro. A viúva então resolve vender toda a área, mas o novo comprador morreu antes de conseguir regularizar a venda dos lotes que cercavam o hotel. Assombrações à parte, a verdade é que eventos trágicos acompanham a história do hotel.

A partir daí todo o projeto idealizado pelo imigrante italiano Domingos Regalmuto foi sendo abandonado e o prédio foi se deteriorando. Recentemente um incêndio destruiu parte do telhado, o forro e parte do piso de madeira já não existem. Mas há sinais de vida por toda parte: nas plantas que teimosamente brotam entre os tijolos, nos latidos de cachorros que vagueiam por ali e nas pessoas que visitam as ruínas.

Olhar Biz: o local tem ótimos cenários para ensaios fotográficos. Aproveite!

Há pouco tempo, a fazenda que abriga o hotel ganhou um novo dono. Cláudio Delgado, um ex-bóia fria que virou corretor na bolsa, resolveu comprar a propriedade e pretende colocar o Yaras para funcionar novamente. O projeto está pronto, mas existem dificuldades para regularizar a escritura, o que impede o início das obras de recuperação.

E aí, tá curioso para saber como chegar ao Hotel Yara? O Jornal Biz te mostra!

COMO CHEGAR: O Hotel Yara fica localizado a cerca de 10 km do centro, na zona rural de Bandeirantes. O acesso é pela rodovia Tsuneto Matsubara (PR-159). Coloque no GPS “Hotel Yara Bandeirantes Paraná” que você chega lá.
Agora você não tem mais desculpa pra ficar em casa em dia de folga: Pé na estrada!
Nível de dificuldade 1-5: 1 É um passeio para toda família, com fácil acesso.
Custo do passeio 1-5: 1 Não exige pagamento para acesso ao local.
Dica 1: leve água, pois não há comércio nas proximidades.
Dica 2: procure conhecer o local pela manhã, quando o calor e a exposição ao sol são menores.
Dica 3: ao final do passeio, aproveite para almoçar no restaurante Kojó, no centro de Bandeirantes; o cardápio é extenso e os preços são acessíveis.

Assista o documentário “O mistério do Hotel Yara”, produzido por alunos de Artes Visuais da UNOPAR: https://www.youtube.com/watch?time_continue=37&v=AR9d2KwxIOA

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É bom conhecer histórias da nossa região, bem como lugares lindos para passeiar sozinho ou com a família.
Amo história, principalmente de locais tão próximos, já no meu roteiro. Parabéns!