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por Bernardo Fellipe Seixas
Valor dos bens declarados ao TSE pelo deputado de Santa Cruz do Rio Pardo passou de R$747 mil, em 2018, para mais de R$ 1,4 milhão, em 2022
A declaração de bens do deputado estadual Ricardo Madalena (PL) entregue recentemente à Justiça Eleitoral mostra que seu patrimônio quase dobrou em quatro anos. A riqueza do parlamentar passou de R$747.351,64, em 2018, para R$1.409.314,39 em 2022, segundo o site DivulgaCand, do TSE.
Filho do ex-prefeito de Ipaussu, Mário Madalena, Ricardo Rossi Madalena disputou sua primeira eleição em 2004, concorrendo à Prefeitura de Santa Cruz do Rio Pardo como vice na chapa de seu primo, o médico Otacílio Parras. Filiados à época ao Partido dos Trabalhadores (PT), foram derrotados pelo então prefeito Adílson Mira (PSDB), que conseguiu a reeleição.
Em 2014, pelo Partido da República (PR), atual Partido Liberal (PL), Ricardo estreou com chave de ouro em eleição ‘solo’, e conquistou uma cadeira na Assembleia Legislativa de São Paulo, com 45.771 votos. Ele teve apoio expressivo em muitas cidades da região: Em Santa Cruz do Rio Pardo foram 14.029 votos, mais 4.502 em Ourinhos, 1.522 em Ipaussu e 699 em Chavantes. Naquele pleito, Madalena declarou patrimônio de R$604.307,74.
Nas eleições de 2018, Ricardo Madalena conseguiu se manter no cargo, com crescimento de 40% na votação, conquistando 77.554 eleitores. Ele foi o mais votado em Ourinhos, com 8.541 votos. Em Santa Cruz do Rio Pardo, sua cidade natal, perdeu 140 votos em relação a 2014, mas também foi o campeão de votos, com 13.889. Em outras cidades da região, o deputado também conquistou mais eleitores: 3.512 em Ipaussu, 1.779 em Chavantes, 699 em Salto Grande e 565 em Canitar. Naquele pleito, declarou ao TSE patrimônio de R$747.351,64.
CADÊ A TRANSPARÊNCIA?
A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) esconde da população informações básicas sobre a atuação parlamentar, como valor máximo de restituição da cota parlamentar, salários dos deputados e valor para distribuição entre assessores. Já a Câmara dos Deputados (federais) mantém página atualizada com todos esses dados, inclusive detalhando os pagamentos por atividade e segmento de cada parlamentar, e permitindo a pesquisa por período de até 48 meses.
No último dia 9, o Jornal Biz entrou em contato com a Ouvidoria da Alesp por telefone, e enviou pedidos de informações pelo site oficial e por email solicitando os valores exatos destinados aos deputados. Não houve resposta até o momento da publicação dessa reportagem.
No ano de 2019, o salário mensal de cada um dos 94 deputados paulistas era de R$25.300,00. Todos podiam ser ressarcidos em até R$33 mil com despesas de divulgação do mandato, comida e combustível, entre outras. Além disso tudo, cada deputado podia distribuir até R$160 mil em salários aos assessores. O “custo” anual de cada parlamentar paulista era próximo de R$3 milhões.
Segundo dados do site da Alesp, o deputado Ricardo Madalena recebeu reembolso, como cota parlamentar, de R$680.493,30 de janeiro de 2019 a junho de 2022. O custo diário nesse período é superior a R$560.
Há anos o deputado de Santa Cruz do Rio Pardo faz, sistematicamente, pagamentos acima de R$7 mil para a Big Forms Gráfica Editora, empresa do ramo gráfico, com sede na capital.
Outro deputado que sempre pede votos na região de Ourinhos é o mariliense Vinícius Camarinha (PSDB). Mais “gastão”, de março de 2019 a junho de 2022, ele consumiu R$1.296.326,96 em cota parlamentar. Nesse período, o valor diário gasto em cota parlamentar foi de R$1.065,18; quase 50% a mais do que Ricardo Madalena.
COMO FUNCIONA O COTÃO? Cada deputado pode gastar mais de R$30 mil por mês em despesas de escritório, consultoria, gasolina e hospedagem, entre outros pagamentos, e ser reembolsado mediante apresentação de nota fiscal, dentro de até 90 dias.
Líder do PL na Alesp, Madalena já anunciou que tentará a reeleição nas eleições de outubro. Formalmente, seu partido apoia como candidato ao governo de São Paulo o ex-ministro Tarcísio Freitas (Republicanos), e para a presidência o atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL). Nas redes sociais, porém, o deputado manifesta apoio à reeleição do governador Rodrigo Garcia (PSDB), e sequer cita o atual presidente em publicações.
O projeto de lei mais recente apresentado por Ricardo Madalena trata de denominar como “Ary Pocay” o trecho urbano da rodovia Raposo Tavares no trecho entre a ponte do rio Pardo e o Distrito Industrial Oriente Mori, em Ourinhos. Avô do prefeito de Ourinhos Lucas Pocay, o industrial Ary Pocay foi o fundador da empresa Tecnal, e faleceu em 2014. Madalena e Pocay são aliados políticos desde 2017.
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