Explosão de casos de Covid faz prefeituras limitarem testagem

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por Bernardo Fellipe Seixas

Ourinhos registrou mais de 2 mil casos de Covid nos últimos 15 dias

O aumento de casos de covid por causa da variante Ômicron, mais transmissível, e a falta de insumos disponíveis para detecção da doença têm feito municípios brasileiros limitarem o acesso aos testes disponibilizados pela rede pública. Ourinhos definiu requisitos específicos para pacientes que queiram fazer testes de coronavírus. Cidades maiores também adotaram o método, como São Paulo, Santos e Campinas. Santa Cruz do Rio Pardo testa todas as pessoas que apresentam sintomas há pelo menos quatro dias.

Segundo uma enfermeira da rede básica de Ourinhos, que preferiu não se identificar, a testagem para a covid está sendo realizada mediante orientação médica e, principalmente, para quem não foi vacinado ou tomou apenas uma dose, gestantes, puérperas, pessoas com comorbidades, profissionais de saúde e pessoas em situação de rua. “Todas as UBS estão lotadas. Está pior agora (a situação da pandemia) do que no ano passado, por isso testamos mediante recomendação do médico”, disse a profissional de saúde, que atua em Ourinhos há nove anos. “Graças à vacina estamos tendo raríssimas internações mesmo com essa quantidade absurda de casos”, ressaltou.

O Jornal Biz esteve na UPA e em unidades de saúde, e também recebeu virtualmente reclamações de ourinhenses que, mesmo apresentando sintomas há pelo menos três dias, não conseguiram realizar a testagem. “Fui pra UPA ontem (17) e esperei por quase cinco horas. Quando chegou minha vez (de ser atendida), o médico mal olhou para a minha cara, perguntou se tinha sintomas e já disse que eu estava com Covid. Receitou os remédios e mandou embora”, disse Ângela Medeiros, moradora da vila São Luiz.

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O pedreiro Carlos Augusto, do Jardim das Paineiras, viveu situação parecida. Com febre, dor de cabeça e coriza desde sábado, ele procurou uma UBS ontem, e foi orientado a fazer isolamento mesmo sem ter realizado teste para Covid. “Não fiz o teste, mas os remédios que passaram são os que dão para Covid”, disse Carlos. A receita indicava dipirona, ivermectina, azitromicina, predinisona, pavilion e um polivitamínico. A Organização Mundial de Saúde, o Ministério da Saúde e a Anvisa já declararam oficialmente que medicamentos como ivermectina e azitromicina não possuem eficácia para tratamento da Covid.

Ourinhos enfrenta, mais uma vez, colapso no sistema de saúde. Nas redes sociais, ontem, moradores relataram espera de mais de seis horas para atendimento na UPA. O prefeito Lucas Pocay (PSD) publicou que “Todas as Unidades de Saúde, UPA e Hospitais particulares, como a Unimed, estão lotados”, e colocou a culpa na população: “Muitos não se cuidam ou não tomaram vacina e depois querem colocar a culpa no Poder Público pela lotação das Unidades de Saúde”, escreveu Pocay.

O prefeito cobra o povo, mas sua gestão não dá exemplo. Nas últimas semanas vários eventos aconteceram em Ourinhos, registraram aglomerações e o não cumprimento de medidas simples de proteção, como uso de máscara e oferta de álcool gel. Uma casa de shows que pertence a um vereador da base governista exibiu a “muvuca” de sua festa em vídeos nas redes sociais. A falta de álcool gel nas entradas e higiene nos banheiros foi filmada por duas mulheres presentes ao local. É o clássico “faça o que eu digo, não o que eu faço”.

Último boletim divulgado pela Prefeitura apontou 385 novos testes positivos. Número total de casos confirmados desde 3 de janeiro é de 2.029.

PICO DA ÔMICRON (conteúdo Catraca Livre)

Segundo o médico infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, Julio Croda, o avanço da variante Ômicron deve alcançar um pico nos próximos dias. Em entrevista à CNN, Croda informou que o número de infecções pode aumentar entre o fim de janeiro e o início de fevereiro.

“Só a partir daí vamos observar uma queda no número de casos, até lá podemos ter um aumento nessas cidades com baixas coberturas vacinais”, disse o médico.

Julio ainda disse que é um erro afirmar que a variante Ômicron é mais leve, pois é mais transmissível e pode levar pessoas não vacinas a hospitalizações e óbitos.

“É lógico que essa variante não vai causar o mesmo número de óbitos que causou a variante gama no pior momento, mas ela pode estar associada ao aumento de hospitalizações, aumento de óbitos e principalmente um aumento por demanda de serviços de saúde como a gente já está vendo. Pessoas ficaram 4, 6 horas aguardando nas emergências”, disse.

Vacinação

O infectologista ainda reforçou que a prioridade neste momento no país é reforçar a imunização de todas as faixas etárias com as doses extras.

“A prioridade número um no Brasil é a dose de reforço, e lógico imunizar as crianças. Qualquer dose de vacina protege, duas ainda mais, três doses têm uma proteção muito elevada para internação e óbito”, afirmou.

USE MÁSCARA. VACINA SALVA VIDAS.

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