Em muitos documentos de identificação a opção sexo não é mais resumida ao “masculino” e “feminino”. A pessoa também pode se classificar como “outros”, e aí estão reunidos uma grande variedade de comportamentos como gays, lésbicas, transexuais, bissexuais,travestis e até intersex.
São essas as definições da sigla LGBT, movimento que deu visibilidade e defende os direitos das pessoas que não se classificam como “masculino” ou “feminino”.
A data é lembrada hoje, 28 de junho,como o Dia do Orgulho LGBT. O dia foi escolhido para lembrar um fato ocorrido em Nova Iorque, no bar StonewallInn. Ali, em 1969, os frequentadores, na maioria gays, reagiram a uma série de batidas policiais. No ano seguinte aqueles que resistiram resolveram fazer um desfile para lembrar a data, e aí nasceu a Parada do Orgulho LGBT.
Apesar das conquistas sociais e da aceitação das famílias, em muitos países os homossexuais ainda são duramente perseguidos e castigados. Em 38 países da África a homossexualidade é considerada crime. Países como a Indonésia punem o comportamento homossexual com chibatadas em praça pública.
No Brasil, a onda de conservadorismo pode ameaçar os avanços conquistados nos últimos anos, e as reportagens policiais costumam mostrar casos de intolerância, agressão e morte envolvendo pessoas ligadas ao movimento LGBT.
Porém, apesar dos preconceitos que ainda resistem, muitas famílias protegem e aceitam a orientação sexual dos jovens. Vitor Hugo Esteves é ourinhense, maquiador profissional e hoje mora em Bauru. Ele conta que recebeu o apoio da família: “Durante o período escolar foi difícil, às vezes eu virava motivo de piadas ou chacotas. Acabei entrando em depressão, e minha família percebeu que havia algo errado comigo. Acabei sendo compreendido e aceito, e isso foi fundamental para que eu pudesse ter segurança e independência profissional”.
Tem quem goste da alegre e colorida passeata que os gays promovem anualmente na avenida Paulista, que hoje é considerada um evento turístico. Mas Melisa Ferreira de Araújo, 37, discorda das comemorações e pergunta, provocando: “Existe dia do orgulho hétero?”. Ela acha que ser gay não é motivo de orgulho, mas sim a honestidade, a dignidade e a bondade, independente do sexo. “Ser gay não me torna melhor ou pior que ninguém. Temos que mostrar nosso valor como pessoas, não importa se branco, negro, amarelo ou gay”, enfatiza. E ataca comportamentos que considera promíscuos: “É preciso respeitar para sermos respeitados. Muitos vão para a Parada Gay para se prostituir, usar droga, andar pelado e praticar sexo no meio de todo mundo… É esse o respeito que eles querem?”