Dançando na terra do sol nascente: Uma ourinhense no Japão

Ourinhenses Around The World | JornalBiz

Mudar de país em uma idade em que a maioria pensa em aposentadoria não é para qualquer um. A ourinhense Aparecida Chaves, a Cidinha, corpo miúdo e esguio  que combina com a dança, agora ensina passos brasileiros bem longe daqui, na cidade de Iwata, estado de Shizuoka, no Japão. Para os ex-alunos, ficaram a saudade e as lembranças da professora de dança que ensinou boleros, samba, valsas e até tango para muitas gerações.

Rua de Iwata, saída para Kakegawa

A primeira visita ao Japão foi em 2010, onde morava seu filho. Na oportunidade conheceu uma escola brasileira, e foi convidada a dar uma oficina de danças brasileiras para os alunos. O sucesso motivou a diretora a convidá-la a dar aulas na escola. Aparecida enviou os documentos, e foi aceita. “Meu visto é profissional, não tenho vínculo com o país”. A primeira experiência longe do país durou quase 5 anos, quando voltou a Ourinhos, para seu antigo trabalho na Escola Municipal de Bailado. Em março de 2018, retornou ao Japão, e foi admitida na mesma escola onde havia trabalhado.

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A cidade de Iwata tem 28.807 brasileiros, de um total de 166.729 habitantes. Cida conta que a cidade é uma mistura de rural com urbano: “De um lado a gente vê casas , sobrados, fábricas e do outro plantações de arroz e outros cultivos, é lindo de ver”.

Plantações de arroz em Iwata.

Cidinha é mãe do atleta Sergio Matuzaki, campeão paraolímpico de jiu-jitsu. Da mãe, Sergio herdou a coragem e obstinação pelo trabalho. De Ourinhos Cidinha levou para o Japão a experiência adquirida no ensino da dança e nas atividades de produção cultural, e ensina para seus alunos, que são crianças bem pequenas (até seis anos): “Preparamos uma festa junina e ensaiamos com músicas brasileiras para as festas de encerramento do ano e outras atividades. Também dou aulas de ballet e jazz. Os professores da escola participam de aulas de ginástica e dança livre depois do expediente”, conta.

Serginho, filho de Cidinha, é campeão paralímpico de jiu-jitsu.

Como nas escolas japonesas, as festas das escolas brasileiras têm horário para começar e terminar, o que precisa ser rigorosamente seguido. O espaço da escola pode ser usado pela comunidade das 6 às 16h, mas às 17h precisa ser entregue limpo e organizado.

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O sonho de trabalhar no Japão durante alguns anos e depois voltar a viver no Brasil é perseguido pela maioria dos imigrantes, que em sua maioria ocupam vagas em fábricas. As dificuldades para conviver com as diferenças culturais precisam ser superadas com força de vontade. “A língua é um obstáculo, tenho muita dificuldade. Só aprendi o básico”, diz. “Já a culinária japonesa é muito boa. Se quiser comida brasileira também é possível comprar ingredientes para churrasco ou feijoada, mas é muito caro”.

Subindo o Monte Fuji.
O Monte Fuji é o maior vulcão do Japão. | Foto: Jwokau

Cidinha conta que é caro morar no Japão. “Precisa saber gastar para poder guardar”, confidencia. Atividades de lazer existem muitas: “só precisa ter tempo e dinheiro”, o que não é fácil. No verão os japoneses fazem uma festa onde o ponto alto são os fogos de artifício, chamados de ‘hanabi’.

O ‘hanabi’ é uma das festas que impressionou a ourinhense. | Foto: Railrasz

“É muito lindo, são duas horas de queima de fogos e barracas com muitas comidas. Quando terminam os fogos, acaba a festa”, conta Cidinha.

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Se você acha que “japonês é tudo igual”, Cida não concorda. “Como em todo lugar, tem os simpáticos e os não”, conta, divertida. O que chamou a atenção da brasileira é nunca ter visto um morador de rua. “Aqui não se vê um cão sem o seu dono junto, só os gatos que vejo soltos e sem dono, mas sempre tem aqueles que cuidam e muitos levam pra casa para cuidar”.

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