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por Bernardo Fellipe Seixas / Jornal Biz
A partir de hoje o Jornal Biz inicia a publicação da série “Ourinhenses Around the World” (Ourinhenses ao redor do mundo). São reportagens que contam as experiências de ourinhenses que tem a oportunidade de viver no exterior, compartilhando com os leitores suas alegrias e dificuldades.
É o caso do ourinhense Murilo Teixeira Pereira, 25, que decidiu morar uns tempos no Canadá. Ele é bisneto do maestro Américo de Carvalho, o antigo mestre de bandas da cidade, e filho do maestro Wilson Pereira (professor da Escola Municipal de Música) e da assistente social Miriam Teixeira. Apesar da forte influência que a música sempre exerceu em sua vida, Murilo seguiu outros rumos, e tem a música apenas como hobby.
Formado em administração de empresas pela UEL (Londrina), Murilo mora em Toronto com outros dois colegas de faculdade. O objetivo é aperfeiçoar o inglês e trabalhar. E vale tudo para quem é jovem e quer ganhar dinheiro, desde tarefas na construção civil ou restaurantes e até em serviços de limpeza.
“Você pode optar por trabalhar meio período ou o dia todo. O valor mínimo recebido equivale a quase 30 reais a hora. Fazer supermercado é barato, não é como no Brasil; mais caro é a moradia. Aqui a economia está aquecida e existem muitas oportunidades”, conta Murilo.
Para organizar a rotina da casa, os moradores montaram uma agenda que distribui entre eles os serviços de limpeza. “Difícil mesmo é ficar sem churrasco e feijão”, lamenta Murilo, contando que esses pratos não são comuns por lá.
Murilo viajou em novembro do ano passado, e logo na chegada teve de enfrentar o rigoroso inverno canadense. “Senti na pele temperaturas de 25 graus negativos, foi uma experiência inesquecível….”, conta, lembrando que a cidade fica como que “hibernando” nesse período: “O trabalho com construção civil ou os que exigem atividades ao ar livre diminuem muito; a cidade desacelera porque o frio e a neve são um empecilho”. Quando tem folga, ele aproveita para conhecer melhor Toronto e as cidades próximas. Também gosta de ir aos pubs ou eventos culturais: “Todos os estabelecimentos funcionam até 2h da manhã. Depois desse horário é proibida a comercialização de bebidas alcoólicas. Eu estranhei isso”, conta.
Enfrentar todo tipo de trabalho e as dificuldades de estar longe da família são compensadas pela experiência de conhecer uma cidade que ele considera “multicultural”, e fazer novos amigos. País povoado por imigrantes, o Canadá é reconhecido pela boa acolhida aos estrangeiros e se destaca pela qualidade de vida. “A cidade é linda, impressiona a quantidade de parques e áreas verdes. Os serviços públicos funcionam, nesse ponto é muito diferente do Brasil”.
Para o pai, foi um alívio o filho único não ter seguido a carreira de músico. “É muito sofrido”, confessa Wilsinho. Apesar de não ter seguido carreira, Murilo sempre esteve próximo das atividades do pai. No Canadá um dos primeiros empregos foi no bloco de música da Universidade de Toronto. “Ali predominam a música erudita e o jazz, mas pela cidade é possível ouvir todo tipo de música, já que são muitos os estrangeiros vivendo na cidade”, revela. E a realidade não poderia ser diferente em um país que possui a maior taxa de imigração do mundo.
A internet ajuda a matar a saudade. A mãe, Miriam, mantém contato quase diário com o filho, e está feliz em vê-lo enfrentando as dificuldades: “Está sendo muito bom para ele. Enfrentar todo tipo de trabalho ajuda a dar valor ao que conquista, e as oportunidades de estudos vão ajudá-lo na carreira. Ele pretende fazer no Canadá um curso de pós-graduação”, conta orgulhosa.
Murilo lamenta quanto compara os dois países: “Percebo as diferenças lendo notícias sobre o Canadá. São apresentados temas variados, sobre acontecimentos em todas as áreas. No Brasil as notícias de criminalidade tomam conta das páginas dos sites e jornais”, conta, ressaltando que as poucas notícias sobre o país que circulam por Toronto revelam o que estamos sentindo na pele, que o Brasil vive uma crise extrema e está afundado na corrupção.
Para um jovem recém-formado como Murilo, estar em um país que oferece oportunidades de trabalho e crescimento profissional, parece ser o melhor que poderia acontecer. Pena que hoje os jovens tenham que deixar o Brasil para viver essa realidade.
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