Chuvas abaixo do esperado, calor acima da média, distribuição deficitária, consumo exagerado, falta de planejamento das Administrações municipais. As causas para a falta de água são muitas, e praticamente as mesmas em várias cidades da região.
A situação mais crítica é a de Ourinhos, onde praticamente todos os quase 110 mil habitantes enfrentam problemas no abastecimento. Canitar, Chavantes, Ipaussu e Salto Grande também sofrem com as torneiras secas.
Em Ourinhos, o prefeito Lucas Pocay (PSD) tem criticado as gestões anteriores por falta de investimentos, mas promete “resolver o problema da falta de água”. As críticas derrubaram o superintendente da SAE, e o ex-vereador Inácio J.B. Filho, o Inacinho da Rádio Melodia, assumiu o comando ontem. Um poço artesiano está sendo feito no Jardim Itamaraty.
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Nas redes sociais as reclamações dos munícipes se multiplicam em perfis pessoais e nas páginas das Prefeituras e de políticos, sempre cobrando ‘cadê a água’? A população ourinhense reclama da ausência de informações eficientes e objetivas. As pessoas querem saber a que horas o fornecimento será retomado, para planejar as atividades diárias. “Nunca sei se a água vai voltar ou não para organizar os serviços domésticos”, se queixa Dulce Ferreira, moradora da vila Margarida em Ourinhos.
Todas as residências de Chavantes são abastecidas com água de sete poços artesianos, e a falta de chuvas fez com que a captação ficasse comprometida. Relatos nas redes sociais apontam o problema se agrava nos finais de semana. Segundo Marco Antonio da Silva, Superintendente da SAEC, a queda na produção de água está entre 10% e 15%, mas o calor intenso aumentou o consumo em 20%. “Como toda nossa rede vem de poços, o problema é menor do que em cidades como Ourinhos e Santa Cruz do Rio Pardo, que fazem a captação nos rios. Em Chavantes enfrentamos problemas somente em alguns pontos da cidade, e devido à alta no uso da água”.
Até na “cidade praia” está faltando água. Em Salto Grande, os bairros da parte alta da cidade enfrentam desabastecimento durante boa parte do dia. Em uma rede social, uma comerciária postou: “Queremos água nas torneiras e o problema resolvido”. Um amigo dela respondeu: “pelo menos vcs (sic) ainda tem a represa aí em Salto Grande! E aqui em Ourinhos?… partiu lago da Fapi”.
A Prefeitura de Santa Cruz do Rio Pardo cancelou aulas em algumas escolas no dia de hoje, por causa das torneiras secas. O problema apontado foi o rompimento de uma adutora.
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RODÍZIO – Canitar anunciou no início da tarde de hoje o sistema de revezamento no fornecimento em uma região da cidade. O abastecimento é interrompido durante o dia e retomado às 18 horas. A Prefeitura está perfurando um poço no Jardim Primavera, que deve estar pronto ainda neste mês.
A cidade ‘caçula da região’, com apenas 27 anos de emancipação política, convive com o problema da falta de hidrômetros em parte das residências da cidade. Segundo o prefeito Anibal Feliciano (PTB) as medidas emergenciais estão sendo tomadas visando amenizar as dificuldades. “O calor faz disparar o consumo de água, e a nossa rede não está suportando. Quando o novo poço estiver em funcionamento, o abastecimento será melhorado”, disse o prefeito de Canitar.
O EXEMPLO – Mais antiga cidade da região, São Pedro do Turvo (130 anos) se planejou ao longo das últimas décadas, e hoje passa ilesa à crise hídrica. O ex-prefeito José Carlos Damasceno (Zé Carlos), que governou a cidade por quatro mandatos, tem grande participação nisso. Entre 2001 e 2004, ele implantou hidrômetros nas casas e ampliou a rede de distribuição de água. Perdeu a eleição, mas voltou em 2013, quando fez outra medida impopular: o corte no fornecimento por falta de pagamento a partir do terceiro mês.
“O tempo está mostrando que as atitudes impopulares do Zé Carlos prepararam a cidade para hoje”, diz o atual prefeito Marquinho Pinheiro, que foi vice de Damasceno entre 2013-2016. Ele lembra que a conta do Departamento de água nunca ‘fechava’, e todo fim de ano a Prefeitura tinha que fazer grandes aportes de dinheiro. “Além de ser um sistema deficitário, a população não concordava de uns pagarem pelo serviço e outros não. Hoje a cidade tem total controle da estrutura e das finanças sobre a água e o esgoto”.
O planejamento também faz diferença quando a questão é o tratamento de esgoto. São Pedro do Turvo destoa dos municípios da região, e no último ranking divulgado pelo Governo do Estado de São Paulo, em setembro, alcançou o 3º lugar entre todos os municípios paulistas no Programa Verde Azul.
Esgoto – O tratamento de esgoto, por exemplo, foi iniciado na década de 1990, também por Zé Carlos. Em 2013, começando o terceiro mandato, ele decidiu implantar o Projeto Água Limpa, para o tratamento de esgoto no bairro da Água Suja, que é praticamente um distrito de São Pedro. Foram investidos R$650 mil num inovador sistema de tratamento através de biodiscos.
Em 2017, no primeiro ano do atual mandato, Marquinho concluiu a instalação de hidrômetros na Água Suja. “Temos controle do consumo em 100% das casas da cidade. Isso faz com que tenhamos caminho facilitado na reivindicação de recursos dos governos estadual e federal nessa área”.
Correção/edição: o problema da falta de água em Santa Cruz do Rio Pardo foi devido ao rompimento de uma adutora. O fornecimento foi restabelecido no final da noite.
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