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por Bernardo Fellipe Seixas
Apesar de não possuir estrutura turística, vale a pena visitar a antiga estação ferroviária de Sodrélia, inaugurada em 1908, que fica na estrada que sai de Santa Cruz do Rio Pardo em direção a Bernardino de Campos.
Um povoado que recebe o nome de “distrito”, como é o caso de Sodrélia, fatalmente estará condenado a ficar em segundo plano, e foi o que aconteceu ali, onde a população teima em diminuir a cada ano.
Uma imponente seringueira foi plantada há décadas no lugar onde ficavam os trilhos da estrada de ferro. Ela cresceu tanto que “abraçou” o prédio da estação e faz sombra em todo o imóvel, em qualquer época do ano. A falta de luz cria cores diferentes na fachada da antiga estação.
O verde do musgo também tem nuances azuladas que fazem a beleza do lugar. O prédio não estava isolado, havia um conjunto de imóveis como os construídos em outras cidades, com casas que abrigavam o chefe da estação e outros funcionários. Hoje apenas o prédio da antiga estação desafia o tempo, apesar da precariedade das instalações.
DICA: reserve uma manhã para fazer o passeio e leve água. No final da matéria há um mapa explicando como chegar.
Ourinhos e municípios vizinhos trazem na memória a determinante presença da ferrovia e da cultura do café. Em algumas cidades ainda restam ruínas das antigas fazendas cafeeiras e imóveis que pertenceram à estrada de ferro. Em Piraju e Santa Cruz os prédios onde funcionaram as estações foram restaurados, e nas paranaenses Jacarezinho e Marques dos Reis aconteceu a mesma coisa.
Uma pena que a pequena estação de Sodrélia não tenha recebido a mesma atenção, já que o projeto arquitetônico leva a assinatura de Ramos de Azevedo. A estação foi inaugurada em 1908, no mesmo ano em que começaram a funcionar as de Ourinhos e Santa Cruz do Rio Pardo.
As estações de Sodrélia e Santa Cruz situavam-se em um ramal ferroviário, que vinha de Bernardino de Campos. No início a estação recebeu o nome de Francisco Sodré, que foi prefeito em Santa Cruz em 1902, e o principal responsável pela construção dos ramais ferroviários.
Naquela região existiam várias fazendas produtoras de café, o que justificava a presença da ferrovia. Havia muita gente morando por ali, e mercadorias a serem embarcadas. A Fazenda Mandaguahy é um desses casos, e chegou a ter um milhão e duzentos mil pés de café.
Mas Sodrélia não vive só de recordações. A equipe do Jornal Biz conheceu a jovem Maria Eugênia, formada em gastronomia pelo Senac-SP, e que tem um pequeno negócio no distrito: “Parece que seremos rebaixados à categoria de “vila”, já que a população só diminui. Hoje devemos ter perto de 200 pessoas morando aqui”.
Nem o passado progressista, nem tampouco a decadência atual parecem desanimar Maria Eugênia, que prepara com capricho doces caseiros além de bombons para festas e casamentos e entrega em toda a região. A empresária uniu o conhecimento e tradição das doceiras do povoado com os adquiridos em sua formação. Surpreende o doce de limão-cidra, por exemplo. “Não é tempo de cidra, usamos uma fruta que é da família e tem sabor assemelhado”.
Depois de conhecer a estação de Sodrélia, visite o “Dolcíssimo Sabore”. É só perguntar para alguém onde fica a casa cor de rosa onde se vende doces.
Clique aqui e veja como chegar à Estação
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