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por Bernardo Fellipe Seixas / Jornal Biz
Áreas públicas localizadas em bairros nobres recebem atenção diferenciada da atual gestão
A desigualdade social em Ourinhos se manifesta de maneira gritante quando observamos a disparidade no tratamento entre diferentes áreas da cidade. O recinto da FAPI, situado na entrada da cidade e rodeado por bairros populares, é um triste retrato do descaso por parte da Prefeitura. Nesta semana, o Jornal Biz flagrou a lamentável condição do local: calçadas quebradas e inacessíveis, tomadas pelo mato e tornadas intransitáveis, bancos danificados e lâmpadas quebradas. Frequentemente os moradores reclamam que os quiosques são ocupados por pessoas que vão exclusivamente ao local para consumir bebidas alcoolicas e drogas, e ouvem músicas com letras toscas e impublicáveis em volume altíssimo.
O contraste com a atenção dedicada ao Lago do Royal Park, localizado em um bairro nobre, é gritante. Este local, em frente a um condomínio de luxo, recebe todos os cuidados da Administração. Decorado com luzes e até uma árvore de Natal , o lago exibe grama aparada, o ambiente limpo e bem cuidado por algum zelador atento.
Desde o início da gestão do prefeito Lucas Pocay (PSD), em 2017, a Prefeitura de Ourinhos parece ter adotado uma abordagem seletiva em relação à manutenção urbana, direcionando seus esforços predominantemente para os bairros nobres. A população não pode ignorar a discrepância evidente e se pergunta: por que o Recinto da FAPI, que poderia ser um espaço de lazer e cultura para toda a comunidade, é deixado à deriva enquanto o Lago do Royal Park é tratado como uma joia da cidade? Por que lixo e entulho se acumulam (às vezes por meses!) em bairros periféricos, enquanto os caminhões (muito bem pagos pela gestão), passeiam semanalmente pelo Jardim Paulista, Ouro Verde e Nova Ourinhos?
A resposta a essas perguntas é crucial para entendermos as prioridades da gestão Pocay. O anúncio da implantação de uma “praia” na Fapi virou piada em toda a cidade, e evidencia a falta de alinhamento entre as promessas e a realidade.
A desigualdade social não se resume apenas à distribuição desigual de recursos; ela se manifesta na diferença de tratamento entre diferentes estratos da população. O descaso com o recinto da FAPI é um reflexo da falta de prioridade dada aos espaços que deveriam ser acessíveis a todos os cidadãos. A gestão municipal precisa repensar suas prioridades e agir de maneira equitativa, garantindo que todos os cantos da cidade recebam a atenção e os investimentos necessários para promover um ambiente urbano justo e inclusivo.