Comunidade e arte LGBTQIA+ do interior é celebrada em festival online

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Com quase 60 horas de programação online, o coletivo Fuzuê 014 promove evento que une música, vídeo-arte, cinema e bate-papo sobre a cultura LGBTQIA + com artistas e ativistas de Bauru e região

Segundo o Grupo Gay da Bahia, uma pessoa LGBTQIA+ é morta no Brasil a cada 19 horas. Dados da Rede Trans Brasil revelam que, a cada 26 horas, uma pessoa transexual é assassinada. A intolerância e o preconceito seguem ditando comportamento e – ainda mais grave – decidindo quem pode viver com liberdade o que se é.

Diante da urgência de se debater – seja pela arte ou com a partilha de experiências – surge o Festival de Cultura Independente Fuzuê 014 – Edição Odara, totalmente online e gratuito, que acontecerá entre os dias nove e 15 de agosto. O evento contará com apresentações artísticas, mesas de debate, mostras de vídeo-artes e a exibição de um documentário.

Além disso, o festival também busca suprir uma importante lacuna. “Bauru (SP) é conhecida por promover a Semana de Combate ao Preconceito e Discriminação, que teria, em 2021, sua 14ª edição de atividades realizadas em prol à comunidade LGBTQIA+; porém, estamos passando pelo segundo ano consecutivo de verbas contingenciadas para essa programação, o que gera um déficit muito grande para a sociedade”, explica Tiago Rosa, integrante do coletivo Fuzuê 014 que organiza a ação.

DJ Jales e Abner Mozart são algumas das atrações. Confira a programação completa ao final da matéria.

Cena cultural LGBTQIA+ no interior

Segundo os organizadores do evento, a ação também tem como objetivo colocar em discussão iniciativas afirmativas em prol da liberdade sexual e artística. “No interior, observo que estamos quebrando diversos paradigmas e nos posicionando cada vez mais, pois o conservadorismo e o preconceito ainda são muito presentes, ainda mais em cidades como a nossa, Bauru (SP), onde não temos políticas públicas que atendam as demandas artísticas e muito menos da comunidade LGBTQIA+.”, avalia Ana Evaristo, também integrante do Fuzuê 014 e uma das organizadoras do evento.

Já segundo Tiago Rosa, para além da pauta política, o evento também nasce da vontade de “ver as pessoas vivendo, dançando, cantando e sendo o que são, de ver um mundo livre de rótulos e preconceitos”.

Vem também desse anseio a escolha do nome do evento. “Odara é uma palavra cheia de significados, sobretudo “algo muito bom”. E foi no bajubá (nome dado ao conjunto de expressões idiomáticas tradicionalmente utilizado pela comunidade LGBTQIA+) que encontramos essa referência que expressa o que vivemos e buscamos”, explica Tiago.

Por isso, para esta edição especial do festival, o público poderá esperar muita arte, música, além de outras manifestações artísticas.

“O evento é importante por dar espaço para a voz de uma comunidade que luta por direitos iguais, gerando questionamento e reflexão a partir de uma realidade vivida por minorias e com pouca voz.”, avalia o artista Wagner Rosa, que fará parte da programação artística Fuzuê Odara.

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Ainda segundo ele, a importância do evento também está em promover o reconhecimento de inúmeros artistas LGBTQI+ que atuam e, cotidianamente, encontram limitações para suas ações artísticas.

“O festival vem num momento muito delicado pra cena artística bauruense onde há um descaso muito grande com a classe que foi totalmente descartada”, avalia Ana. Por isso, até mesmo pensando em ocupar esse espaço e dar voz aos artistas LGBTQI+ de Bauru e região, a programação do evento será composta por pessoas que, mais do que levantar a bandeira da comunidade, fazem, diariamente, em diferentes campos de atuação a vivência.

“Por isso, essa ação é muito importante também para quem tem a vontade de se jogar nesse meio da arte, conhecer mais sobre a comunidade LGBTQIA+, além de saber que você tem que ser quem quiser ser independente de qualquer coisa”, explica Kyara Arayk, maquiador, ator e performer que também integrará a programação artística do Fuzuê Odara.

Mesas de Debates: partilha de experiências e luta pelo diálogo

Tendo em vista a relevância dessa temática, o festival também contará com uma programação composta por mesas de debate (via plataforma digital de reunião) em que integrantes da comunidade, ativistas, especialistas, artistas e outros convidados irão debater temas que permeiam a vivência LGBTQIA+.

“É através da história, do debate e do fomento aos artistas LGBTQIA+ que o Fuzuê Odara pretende colaborar com a construção de uma sociedade cada vez mais humanizada e igualitária, impactando territórios e gerando conteúdo de qualidade para o público de Bauru e região”, explica Tiago.

Com isso, o Fuzuê Odara contará com um ciclo de debates online. Os encontros serão realizados pela plataforma Zoom, sempre às 20h, para participar é preciso fazer a inscrição gratuita através do formulário disponível no perfil do festival pelo Instagram: @Fuzuê014.

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A programação das rodas de conversas será aberta às 20h no dia 9/08 (segunda), com o tema “Homossexualidade na 3ª Idade: Prazeres e Desafios” e contará com a mediação de Luís Baron, além dos convidados Milton Crenitte, Diego Miguel e Luana Leon.

Já no dia 10/08 (terça), o encontro contará com a mediação de Fernanda Diniz e terá a temática “Políticas Públicas sem soltar a mão de ninguém” e a participação de Rick Ferreira, Rafael Botta e Tetê Oliveira.

Em 11/08 (quarta), Rafael Rosa fará a mediação de uma conversa com Samira Araújo, Carol Pereira e Alexandre Barrach com o tema “Os impactos na saúde LGBTQIA+”.

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Em 12/08 (quinta), finalizando a programação de debates, Kamila Feldenheimer recebe os convidados Félix, Beatriz Voltarelli e Julia Travieso para conversarem sobre “Empreendedorismo e Pink Money”.

Antes de cada roda de conversa, o público poderá conferir a exibição de vídeo-artes produzidas por artistas LGBTQIA+ de Bauru e região. Dentro dessa programação, serão exibidos trabalhos inéditos de Fê Pinatti, Gael Gramaccio, Wagner Benjamin, Ana Lídia Aquino, Gui Anastácio e Nina Leal, com a participação de Lu Ladeira.

Lançamento musical: arte local, grito universal

Dando prosseguimento à programação do evento, no dia 13/08 (sexta), as atrações serão transmitidas ao vivo no canal oficial do festival pelo canal no YouTube “Fuzuê014”. Às 20h, a noite será aberta com a apresentação da performance Drag Queen, com Kyara Arayk.

Às 20h05, será transmitida a palestra “A arte de Resistir” com Diego Mesquita, ativista e comunicador do subúrbio do Rio de Janeiro, falará sobre sua trajetória de empoderamento como bixa preta, expressão que se auto intitula e também denomina seu movimento (@pretasbixas).

Na sequência, às 20h40, haverá uma performance artística com Maré e DJ Jales. E, às 21h, o público poderá conferir uma apresentação especial de lançamento do EP “Marginal Eleganzza” da artista Santina.

Cinema: o passado e presente da comunidade

Além dessas atrações, a programação do Fuzuê Odara também contará com a exibição do documentário “Como Somos”, de Rafael Botta, que estará disponível gratuitamente no canal do evento no Youtube “Fuzuê 014” nos dias 14 e 15 de agosto.

Documentário bauruense “Como somos” está na programação | Arte: TV Brasil

O filme, lançado em 2017, promove uma reflexão sobre diversos assuntos, como identidade de gênero, transexualidade, saúde, religião e psicologia. Assim, retratando o cotidiano de gays, lésbicas, trans e travestis de Bauru (SP) a partir da década de 1980, o surgimento das primeiras boates que se tornaram ponto de encontro desse grupo e a escalada de violência e homofobia.

O Festival de Cultura Independente – Fuzuê 014 – Edição Odara, que acontece de nove a 15 de agosto, é uma realização do coletivo Fuzuê 014 e Sociedade Amigos da Cultura de Bauru (SAC). A ação é financiada pelo edital Amigos da Arte (+ ORGULHO).

Programação Festival Fuzuê Odara

Datas: de 9 a 15 de agosto de 2021

9/8 | 20h | Mesa de Debate – Homossexualidade da 3 idade: Prazeres e Desafios (plataforma Zoom) com mediação de Luis Baron e com os convidados Milton Crenitte, Diego Miguel e Luana Leon

10/8 | 20h |Mesa de Debate – Políticas Públicas sem soltar a mão de ninguém (plataforma Zoom) com mediação de Fernanda Diniz e os convidados Rick Ferreira, Rafael Botta e Tete Oliveira.

11/8 | 20h | Mesa de Debate – Os impactos na saúde LGBTQIA+ (plataforma Zoom) com mediação de Rafael Rosa e com as convidadas Samira Araújo e Carol Pereira e Alexandre Barrach.

12/8 | 20h | Mesa de Debate: Empreendedorismo e Pink Money (plataforma Zoom) com mediação de Kamila Feldenheimer e convidado Félix, Beatriz Voltarelli e Julia Travieso

13/8 | No canal do evento no YouTube Fuzuê 014:

20h – Performance Drag Queen com Kyara Arayk

20:05 – Palestra “A arte de resistir” com Diego Mesquita @pretasbixas

20:40 – Performance artística da Maré com DJ Jales

21h – Show de lançamento do EP “Marginal Eleganzza” da Santina

14/8 | às 10h | Início da exibição do documentário ‘’Como Somos’’ pelo Youtube (Fuzuê 014). O filme estará disponível gratuitamente até às 23:59  de 15/8.

Como participar: toda a programação será online e gratuita, o público interessado em participar das mesas de debates deverá fazer inscrição em formulário disponível nos perfis do evento no FaceBook e Instagram (https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScqfhevTeV1YXkaoUdSfXA-K0aqfvFHmJ9hFXQNqxlXKVkquA/viewform)

Classificação etária: 10 anos | Evento gratuito

Conteúdo: Assessoria Fuzuê 014

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